quarta-feira, 9 de julho de 2008

Rio da Morte

Rio da morte
Mergulhei num rio da qual eu sabia que iria morrer. Rio de sangue, rio da morte, rio dos mutilados. Existem muitas coisas piores que a morte e descobri uma delas. Pior que morrer, é morrer várias vezes.
No leito do amor amargar o coma, onde a esperança tem muito mais que sete vidas. Quando ela morre, a dor é uma convidada especial, tem todos os privilégios e todos os desfrutes de passear por todas as partes do nosso corpo, em especial nossa linda, imaculada e pura Memória.... Lembranças.....dia de sol resplandecente , girassóis ao calor, flores que exalam um perfume sem fim , música e arte, natureza continuamente contemplada, Vida.
A chuva escurece o dia, dia esse que tem uma visita, visita essa da qual não fora convidada, mas entra sem pedir, viola as trancas e entra no condado, causa desordem, encontra e desenterra o baú escondido, estoura o cadeado e rouba o precioso:
A Memória e a Lembrança ........a esperança morreu e a dor reinou!
Chorem as viúvas, caixão e velas pretas, desilusão dos desconsolados, não ouse dizer uma só palavra nessa hora, deixe os mortos enterrarem seus mortos, estão todos beira da grande caixa de madeira onde repousa um corpo sem alma. Que música triste é essa? Quem convidou toda essa gente? Loucos! Há cerimônia da morte? Porque festejam a morte?
Após algum tempo de luto somos traídos pela esperança que dá sinais vitais, mesmo após ter morrido. Quem a trouxe de volta? Estava sepultada, aos micróbios, porem agora aparece limpa e viva........pronta pra morrer novamente, recomeçar o ciclo nascer, crescer e morrer.
Até quantas vezes alguém pode apaixonar-se e depois se frustrar?
Deixe-me morrer em paz.........!
“A chuva escurece o dia, porém, rega as plantas”.
André Alcântara.

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