terça-feira, 31 de agosto de 2010

Edu Ribeiro Gig - 02

Pra vocês terem ideia do que eu vi ao vivo em Botucatu!!!



O baterista mostra o repertório de seu novo CD "Já tô te eperando", que teve participação dos músicos Thiago do Espírito Santo e Toninho Ferragutti, entre outros. Eduardo Ribeiro já tocou com nomes como Yamandú Costa, Johny Alf, Rosa Passos Dori Caymmi e Paulo Moura. No Instrumental SESC Brasil, o músico se apresenta ao lado de Chico Pinheiro (violão), Paulinho Pauleli (contrabaixo), Toninho Ferragutti (acordeon) e Daniel Alcântara (trompete).

Edu Ribeiro e Gig

... (2009) ...
No jornal de Bauru dizia: "HJ show de Chico Pinheiro no "BOTUCANTO" (Festival de música em Botucatu). E amanhã Chico Pinheiro repete a dose no SESC Bauru.
Não pensei duas vezes, adoro Chico Pinheiro! Nunca vi ao vivo! Vou nos dois!!!

Tirei uma sorte tão grande! No "Botucanto" mais de 8 bandas instrumentais, entre elas uma Gig com o Saxofonista Vinicius Dorin e Rubinho no trompete.
O show do Chico fechou a noite, mas na verdade o trampo não era dele, mais sim do batera Edu Ribeiro. Funciona assim, a gig esta em favor do compositor da vez! Quase todos eles tem discos solo.
Nessa Gig estava, Edu Ribeiro (batera), Thiago Alves (baixo acústico),Chico Pinheiro (guitarra), Toniho Ferragutti (acordeon).
Após o show pensei - amanhã tem mais ...
Tinha mais sim! A Gig mudou um pouco, O trampo era do Chico dessa vez, Então veio Luciana Alves no Vocal, Marcelo Mariano no Baixo e Thiago Costa no Piano.
Assisti Dois Shows destintos de Chico Pinheiro! E Mais, terminado o Show do SESC ele e a Banda toda compareceu no meu Buteco pra Jantar!!! Quanta Honra, Quanta Honra.


Eu estagnado.


(no meio) Lu Alves e Chico Pinheiro


Lu Alves, Camila Carnicielli (produtora), Chico Pinheiro, Edu Ribeiro

Marcelo Mariano, Técnico de som (dread), Lilo (Bauru), Tiago Costa.

Survive Style Five +

O que um pássaro-man, uma publicitária frustrada, um casal que se gladia o tempo todo, três amigos bobos e dois charlatões tem em comum? Nada, realmente. As Histórias deles se encontram nesse filme japonês/america.
Um show de imagens e criatividade, ofereço esse post ao Alex e a Fernanda Takitani, que me mostraram esse filme quando estive na casa deles em Sampa!


Piscina sem Água (LFP Folha- 23/08/10)


ADORO O teatro. Brinquei de teatro na juventude. Esta foi minha primeira traição à medicina. Mas já tinha um filho e já era casado. É quase impossível fazer teatro e ter uma vida familiar normal no Brasil, dadas as condições em que trabalham os profissionais envolvidos com o teatro.

Isso deveria ser objeto de preocupação de todos, mas nossos oficiais da educação e da cultura se ocupam com coisas menores, como a burocracia das produtividades e das quantidades que sempre atrapalha a criação efetiva do que importa.

Aliás, a avassaladora tendência fascista de nossa época deveria ceder lugar a projetos educacionais verdadeiros. Mas não. Em lugar de projetos que eduquem os mais jovens para a condição humana, vivemos sob a tutela de burocratas que inventam todo dia modos de controlar nossas vidas, o que comemos, o que sentimos e o que pensamos, chegando ao cúmulo de querer “roubar” os direitos autorais dos outros, usurpando tudo em nome da “justiça social” -belo conceito, mas que serve a todo tipo de invasão da propriedade alheia e mau-caratismo ideológico. E vai piorar.

Que tal se levássemos o teatro a todas as escolas, tornando aulas de interpretação, dramaturgia e direção teatral parte do currículo obrigatório dos alunos?

O teatro educa nossa alma e nosso corpo, nos ensinando palavras que dão nome aos nossos espantos, medos e alegrias. Fazendo-nos debruçar sobre o humano em nós, este mesmo humano que vive acuado na banalidade das horas.

Poder educar com Shakespeare, Tchekhov, Sófocles, Nelson Rodrigues, entre outros, nos levaria a anos luz de distância da burocracia das produtividades e das quantidades que contamina as escolas, afogando-as na quase total insignificância espiritual.

Mas, sei que divago, sonhando com um mundo onde a educação não seria o terreno baldio que é. Habitado por todo tipo de utopias falsas e pequenos egos.

Recentemente assisti a um espetáculo no Teatro da Cultura Inglesa, “Piscina (sem água)”, do britânico Mark Ravenhill, vencedor do 14º Cultura Inglesa Festival. Este espetáculo deveria ser levado a toda parte porque fala de algo essencial: a ambiguidade e a mediocridade humanas travestidas de bons sentimentos.

O enredo trata de um grupo de amigos artistas no qual uma delas é infinitamente superior aos outros. Fica rica e famosa com sua arte. O ódio ao sucesso da “amiga” os leva à loucura. Mas este ódio, escondido atrás de palavras doces, fala da dificuldade que temos de encarar o óbvio: nem todos nós temos talento e a maioria de nós é e sempre foi medíocre.

Voltando ao tema da educação, ao contrário do que tentam dizer muitos especialistas em educação, os mais jovens, sim, aguentam que falemos coisas assim pra eles.

Justamente porque são mais jovens, são menos infectados por esta doença mortal chamada medo da vida (que, cá entre nós, dá medo mesmo). Eles não precisam que fiquemos mentindo sobre algo que, no fundo e no silêncio de si mesmos, sabem: temos medo de ser medíocres e de que nossa vida seja um atestado definitivo de nossa insignificância. E quase sempre é.

A peça fala de arte e de amizade, mas vai muito além. A arte serve apenas como “desculpa” para falar do ressentimento da maioria contra a beleza da amiga “abençoada” (termo do próprio texto pra se referir a ela).

Fosse a “abençoada” uma engenheira numa fábrica de foguetes, o problema seria o mesmo: ressentimento e inveja por parte dos colegas medíocres. Em épocas como a nossa, na qual a sensibilidade dos ressentidos é vista como “direito à igualdade”, este texto deveria ser gritado em voz alta em todos os cantos do mundo.

Ao final da peça, a “abençoada” descobre o que os “amigos” fazem pelas suas costas (não vou dizer o que eles fazem, trate de ir ver a peça). Ela grita: “Vocês são uns medíocres!” Ouvir isso é um “alívio”, diz um dos medíocres.

Alívio para uma alma que derrete de medo diante do fracasso de sua vida. A fala da “abençoada” abre para seus “amigos” a chance de viver de outra forma. A sinceridade pode curar um covarde. Experimente um dia.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Abel - LFP (Folha – 16 ago 2010)


CARO LEITOR, sou um pobre de espírito. Não daquele tipo que herdará o reino dos céus, como afirma Jesus no “Sermão da Montanha”. Não há lugar pra gente como eu no reino dos céus. Por uma razão simples: não amo ninguém mais do que a mim mesmo. E isso é mortal. Sempre foi. Os mentirosos é que tentam dizer o contrário. Não partilho da nova “ciência do egoísmo”, essa que se traduz em livros e revistas que buscam “novas formas de espiritualidade” centrada no amor próprio. Ou nessa coisa horrorosa chamada “autoestima”.

Tampouco fiz de mim um budista light, desse tipo que parasita as religiões orientais com a intenção de inventar uma espiritualidade que sirva ao clássico egoísmo moderno, numa salada mista de energias hindus com Jung barato. Antes de tudo, recuso o budismo light por um mero senso do ridículo que habita essas formas mesquinhas de espiritualidade.

Com isso quero dizer que não trocaria o reino dos céus por alguma forma quântica de paraíso egoísta, ao sabor da espiritualidade de livrarias de aeroporto do tipo “O Efeito Sombra”, cujo subtítulo é “Encontre o Poder Escondido na sua Verdade”, dos “guias espirituais” Deepak Chopra, Debbie Ford e Marianne Williamson, perfeito para almas superficiais amantes de toda forma de espiritualidade mesquinha.

O que é uma espiritualidade mesquinha? Fácil responder essa. Espiritualidade mesquinha é, antes de tudo, uma forma de crença que deforma a face do crente, iluminando seus caninos ocultos. Aquela que sempre medita com o objetivo de nos tornar mais poderosos e bem-sucedidos. Essa praga espiritual está em toda parte porque, simplesmente, não conseguimos entender que, para salvarmos nossa vida, temos que perdê-la. Jesus tinha razão.

O principal obstáculo para se libertar do mal é o “eu”. Essa peste que contamina todo ato humano. Como vampiros de Deus, queremos fazer até da “sombra” (do mal em nós) um serviçal de nosso sucesso.

Sou um pobre de espírito. Passo horas temendo o abandono, o desprezo e a indiferença. Comparando meus pequenos sucessos com os mais infelizes do que eu. Ainda bem que eles existem. Rezo para que o mundo me ame. Em meus pesadelos sempre sou o último dos amados do mundo. Quando encontro alguém melhor do que eu, perco o sono, quero destruí-lo. Sua respiração me sufoca. Sua generosidade me humilha. Seu sorriso é uma prova de que fracassei em amar o mundo.

Que o leitor apressado não pense que estou numa crise de autoestima. Que o leitor crente nessas formas de espiritualidade mesquinha não aplique psicologia barata ao que digo, tentando justificar tudo que lê com alguma hipótese acerca do cotidiano de quem escreve. Você não me conhece. Mas seguramente conhece a miséria que vos falo: quem ama alguém mais do que a si mesmo?

Não vale jogar na cara dos outros amores maternos e paternos ou filiais. Na era do “direito à felicidade do indivíduo”, até a ciência já está provando (vide o diagnóstico apresentado pelo caderno Equilíbrio desta Folha no último dia 3/8) que ter filhos é um mau negócio.

Pais e mães são mais estressados do que adultos sem filhos. E é a mesma ciência que agora “descobre” a miséria dos pais, que a cria, em grande parte, com suas demandas “cientificas” de aperfeiçoamento da função parental. Ninguém mais sabe ser pai e mãe sem a palavra de uma especialista. Como sempre digo, a mania de criar um “homem” melhor vai nos destruir a todos.

Como idiota digital que sou, busco rapidamente na internet alguma nova teoria científica ou política que prove que ninguém é melhor do que ninguém. Que nos reúna num ato de mediocridade comum. Alguma nova técnica de treinamento em recursos humanos que devolva a mim minha falsa glória. Meu objetivo é fazer inveja a Deus.

Entendo Caim em seu ódio por Abel. Ao contrário das bobagens que afirma Saramago em seu livro “Caim” -críticas típicas de quem nada entende acerca da tradição bíblica porque permaneceu infantil espiritualmente-, Caim não suportou o fato de que Abel era melhor do que ele e por isso o matou. Existe algum Abel aí ao seu lado?

C.C. Adcock - Indie Rock


Um pouco de Blues, Um pouco de Jazz, Um pouco de Rock!
Guitarra a gosto!!!

HOUSE ROCKER

1- couchemal
http://www.youtube.com/watch?v=0kXBqKnS3WM

2- Beauxs Bounce
http://www.youtube.com/watch?v=KYCH9oBXR5U

3- Cindy Lou
http://www.youtube.com/watch?v=o3KYzuRGQIk

4- What I Like (womens)
http://www.youtube.com/watch?v=91-3kNe90c0

5- Sally Sue Brown
http://www.youtube.com/watch?v=OYPk9d5HdbY

7- Fool To Care
http://www.youtube.com/watch?v=htQBhetZmFY

8- Good Lovin
http://www.youtube.com/watch?v=tngglKBqSTI

9- Do Right Lil Lady
http://www.youtube.com/watch?v=SoMrqDwRV-A

10- Done Most Everything
http://www.youtube.com/watch?v=9ORT6n51L4M

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Márcio Negri & Clube do Jazz

Sabe-se lá quem foi o corajoso que registrou nosso show no SESC no Último dia 20/08/10, mas aí esta o resultado.

STRATUS - Billy Cobham


NAIMA - Coltrane


sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Filme Homens Que Miravam Cabras ( The Man Who Stare At Goats )



No mesmo humor de "Queime após Ler", "The Man Who Stare Goats" tem uma história absuda com o viés "guerra no Iraque" e suas trapalhadas.
Nomes de peso como de Kevin Spacey, Ewan McGregor e Jeff Bridges e George Clooney que numa atuação explendida completa o elenco.

Conta a louca história de Bob Wilton, um repórter comum, que revê sua vida após descobrir que sua mulher está saindo com seu editor. Em meio a esta crise pessoal, Bob tem a “brilhante” idéia de partir para o Iraque e cobrir a guerra que pôs fim ao governo de Saddam Hussein.

Já no oriente médio, o repórter conhece Lyn Cassady (Clooney), um excêntrico militar aposentado, que afirma ter poderes sobrenaturais, tal qual Jedis, isso mesmo, os protetores do universo do filme Guerra nas Estrelas. Os dois partem para o deserto rumo ao olho do furacão, cada qual com seus objetivos, Bob: Obter um furo de reportagem e Lyn: salvar o universo.

Loucuras como, matar uma cabra apenas mirando-a, atravessar paredes, são facetas de um novo exército americano que tenta trocar as armas pelo poder da mente.
(exercito americano sem armas ... isso sim é loucura)

"Doidisse" a parte, o filme joga um acído em cima dos "vamos salvar o mundo abraçando arvores e fazendo o bem a todas as criaturas", Além de detonar o governo americano e sua tara por guerras, petróleo e poder.

"Aposto que Waldorf Rudolf Steiner e seus seguidores não assistiriam esse filme com muito prazer".

Eu adorei.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Duas Evas (Folha de SP – 09.08.2010)


CARO LEITOR, quando você tem dúvidas de como fazer uma mulher feliz (desculpe-me a presunção de querer saber o que seja uma mulher feliz), como você faz?

Conversa com amigos? O irmão mais velho? Usa o velho método de tentativa e erro (claro, sempre errando ao final, porque afinal trata-se da mulher e seu desejo insaciável)? Sinto lhe dizer, essas soluções já eram. Existem métodos mais modernos. Um amigo me disse que hoje há uma tendência absolutamente inovadora no mercado dos afetos.

Qual é? Você não sabe? É duro ser ultrapassado, hein? Saiba que existem formas supermodernas para lidar com esta patologia (já descrita pela neurociência) como “lazy brain”. Esta patologia consiste em cérebros que recusam novas sinapses e que se alojam em caixas cranianas (igualzinha à sua), que, por sua vez, são ligadas a ossinhos que, juntos, perfazem o que você singelamente chama de “meu pescoço”.

O tratamento consiste basicamente em fazer primeiro uns 15 minutos de ioga, depois, mais 15 minutos de meditação transcendental e, por último, um curso de 15 minutos de clown mais todo tipo de inovação que a neurociência lançar naquele dia específico em que você se sentir ultrapassado.

E a nossa inovação de hoje? Quando você, leitor ultrapassado, tiver dúvidas de como lidar com uma mulher, contrate uma consultora lésbica. Esta consultoria deve ter sido inventada em um desses países superavançados onde todo mundo é livre, feliz, recicla lixo e anda de bike. Esses lugares onde existem milhares de pessoas com “consciência”. Não confie seus segredos a pessoas com “consciência”.

Segundo a nova tendência, a lésbica é, na realidade, quem melhor entende de mulher. Bem, ela é mulher. A lógica é bem lógica, afinal. Quem melhor sabe onde um corpo de mulher sente prazer do que alguém que tem um corpo de mulher? Quem melhor “sabe o que uma mulher quer na vida” (expressão tão metafísica quanto “salto quântico”) do que alguém que “quer a mesma coisa na vida que a mulher, porque é mulher”? Será que a lésbica e a hétero querem a mesma coisa?

Calma. Beba um gole de água. Álcool não, porque ainda é cedo. Se não morrer de medo de câncer, fume um. Pense o seguinte. O mercado de “filme adulto” sempre colocou relações sexuais entre mulheres em filmes para heterossexuais, certo? E por quê? Porque o sonho de todo cara é sair com duas gatas e vê-las em ação. E qual a razão disso? Ninguém sabe.

Mistérios metafísicos… Deus existe? Minha mãe me ama? Serei feliz sendo honesto? Todo cara quer duas gatas… Who knows why? Deus está trabalhando neste exato momento, com sua equipe, tentando entender porque Adão exigiu duas Evas pra ele.

Sei que a esta altura a turma das chatas, que só gosta de eunucos, está gritando: “Isso é a prova de que o mundo é patriarcal e que o corpo da mulher é visto como objeto de consumo”. Mas hoje estou sem saco de conversar com elas, que fiquem gritando. Hoje estou mais preocupado com as inovações no mercado dos afetos e com o que as lésbicas têm a nos ensinar.

Finalmente os héteros perceberam que os homos são o futuro? Os caras “entenderam” que lésbicas sabem dar mais prazer, carinho e compreensão às mulheres do que eles? Seria a vez das mulheres contratarem gays para explicar o que homens gostam na cama e na vida? No lo creo.

Ou isso tudo nada mais é do que o velho impulso cafajeste que existe em todo homem e que levou Woody Allen a colocar Scarlett Johansson beijando Penélope Cruz em “Vicky Cristina Barcelona”? Aliás, viu Deus? Aprenda com o ateu Woody Allen. Era isso que Adão tinha em mente, seu tolinho.

E você, cara Eva, você concorda que lésbicas “sabem melhor” o que você quer? Seu amigo gay lhe dá uma ideia melhor do que um homem de fato quer?

Ou será que, para além do sonho da Scarlett e da Penélope em ação, o homem está mesmo é perdido nessa era boring do “acesso” e da ciência na qual somos todos obrigados a “saber tudo” o tempo todo agora e “respeitarmos o espaço do outro”? E por isso, ele já não sabe o que fazer para saber o impossível: o que a mulher, afinal, quer?

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

On the Quiet

Postei essa animação por afinidade, adoro temas como cotidiano, vazio do dia-a-dia, repetição e rotina. Também tenho sonhos repetidos e um deles é que quando estou voando me enrolo em fios de alta tensão. Nessa animação aparece algumas cenas de sonhos que tive!

on the quiet from eamonn o neill on Vimeo.

domingo, 15 de agosto de 2010

shinya kimura - custom motorcycle

Em Rítimo de Japão, olha só esse cara que faz suas próprias motos!

shinya kimura @ chabott engineering from Henrik Hansen on Vimeo.

Dear Japan

Quer conhecer o Japão, comece por aqui, pelo o olhar de Matthew Brown.

Dear Japan from Matthew Brown on Vimeo.

Tim Maia 2






Sempre achei algumas coisas parecida com o Tim Maia. As vezes não temos mais nada pra fazer na vida do que achar coisas que se pareçam com o Tim Maia, e isso eu fiz quando criança.
Ficava a esmo num banco de trás de algum carro sempre a procura como preencher esse tempo vago, e assim eu ia olhando a cidade passar.
Eu olhava para todos os caminhões mercedes 1113 e achava parecidíssimo com o Tim Maia, me vinha até a canção na cabeça ( ... leva, o meu sonho, Leva ... )

Eu também acho o Tim Maia parecido com um Peixe Boi, mas ja não sei se acho um peixe boi parecido com um Mercedão 1113, talvez o Tim seja o fio condutor entre esses dos dois elementos no Universo.

Tim Maia - Jo onze e meia - SBT



Que Perola!
O Programa Jô onze e meia no SBT era bem mais divertido, o próprio Jô era bem mais solto, descompromissado com o tempo contadinho.
Da até pra dizer que tudo que vai pra globo fica meio engessado.
Coloquei só a parte um, quem quizer ver inteiro é só procurar as outras partes no youtube.

(Obs: dedico esse post ao Rafael Neuenfeld, que me mostrou essa perola! aliás, todas as entrevistas do Tim no youtube são perolas!)

sábado, 14 de agosto de 2010

Democracia republicana tende a devorar...(2/07/10)


Ela provavelmente estudou serviço social ou direito. Ele, psicologia ou pedagogia ou mesmo ciências sociais. Ambos têm certeza de que devem "melhorar o mundo" através da criação de leis ou políticas públicas. Querem criar o cidadão ideal. O que é isso? Sei lá, alguém que vá ao banheiro com consciência social?
Conhece alguém assim? Eles estão em toda parte, como uma praga querendo domar a vida a qualquer custo. E vão mandar em você logo.
Não se trata de uma questão apenas para alguém que tem simpatias por formas de vida menos controlada, como eu. Alguém que fuma charutos cubanos e acha que terapia de shopping faz bem mesmo (quem diz o contrário é mentiroso ou não tem dinheiro). Eu sei que o efeito dessas terapias passa rápido, mas, afinal, o que passa rápido mesmo é a vida.
O controle legal da vida, grosso modo, separa dois modos de ver a política desde o século 18. Um primeiro modo, "mais" britânico, tende a ser mais cauteloso em relação às formas políticas e legais de controle da vida moral (hábitos e costumes). Outro, mais descendente da revolução francesa, tende a babar de tesão só em pensar no controle dos hábitos e dos costumes, devastando a diversidade moral do mundo, como na proibição do véu islâmico na França.
No Brasil, temos um déficit sério em nossa formação. Quase todo mundo só conhece os franceses utópicos ou os alemães hegelianos (todos jacobinos de espírito), o que empobrece o debate público. Essa pobreza não se limita ao senso comum, mas, desgraçadamente, atinge a própria academia que repete cegamente a liturgia da gula republicana: controlemos a vida em nome de uma vida perfeita.
Mas o que é a gula republicana? A democracia republicana tende a devorar o espaço moral. Ela o faz porque vê o espaço moral como matéria da "coisa pública" e, por isso, assume os hábitos e costumes das pessoas como devendo ser, por natureza, objeto sob seu controle. É marca da democracia republicana o "poder minutal" (dizia Tocqueville, francês que pensava como britânico): sua natureza é buscar controlar os detalhes da vida.
Quais detalhes? Legislar afetos, hábitos, sentidos, sexo, relações parentais íntimas, comida, escolas, memória, nada escapa da gula republicana e seu clero. Leis que querem fazer de pais e filhos delatores uns dos outros, de amantes representantes do "sindicato dos gêneros". Erra quem ainda associa o fenômeno totalitário às formas clássicas do fascismo do século 20, o novo totalitarismo está associado à inflação da ideia de "bem público".

Se você der uma palmadinha no filho, o Estado te pega! Quem vai denunciar? Que tal ensinar às crianças nas escolas alguns métodos de denúncia? A família já vai mal mesmo.
Onde estaria a fronteira desta inflação da noção de "bem público"? Vamos ver... ah, já sei: não existe fronteira! Quer ver? Imagine só: está proibido rezar antes de jantar em nome da liberdade religiosa das crianças, está proibido contar historinhas paras as crianças sem antes uma análise prévia por especialistas da questão da violência de gênero, pais que não tiverem o certificado de "alimentação zero gordura e zero açúcar" pagarão multa.

Dirá o leitor ingênuo: mas a opinião pública é contra a lei das palmadinhas. Sinto muito: a opinião pública é uma "vadia". Hoje ela diz "não", amanhã ela dirá "sim", tudo depende do que for repetido cem vezes. A democracia sofre com esse mal: sua natureza tende fatalmente para a mentira, para a retórica, para a superficialidade.

Para preservar a democracia de seu viés tirânico (a gula republicana), temos que "defender" a família e suas mazelas em seu espaço (in)feliz, deixar que o manto sombrio da incerteza cubra parte de nosso cotidiano porque, o que preserva a liberdade, não é o consenso acerca do que sejam os "bens morais", mas a sombra que os cerca.

Para preservarmos esta "sombra", é necessário opções à tendência hegemônica no Brasil hoje, que é autoritária. Veja as "opções presidenciáveis". Todos são do clero jacobino de alguma forma. Todos veem a política como "curadora" das almas. Socorro!

Arnaldo Antunes > Sesc 12/08/10





Ele é o rei do iê iê iê ... funesto, ácido, inteligente, performático e ... desafinado.
Talvez o termo que mais lhe cai bem seja esse: "desafinado".
Aprendi a aceitar o nada doce timbre de arnaldo, e entendi também que esse "desafino" combina com tamanho "desatino", incongruência, contra-senso que é o Arnaldo.

Frases como: O carro do vizinho é muito mais possante
E aquela mulher dele é tão interessante
Por isso ele parece muito mais potente
Sua casa foi pintada recentemente ...
...E se envergonha de sua própria namorada
Achando que os amigos vão fazer piada
Queria uma mulher daquelas de revista
Uma aeromoça, uma recepcionista

Revelam alguns podres de todos os humanos, a busca desenfreada por futilidades, a sedução do consumo, entre outros sentimentos que cercam nossa vidinha mediocre de cada dia.


O show aconteceu nessa última quinta dia 12/08 no Sesc Bauru.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

A Origem



Gostei Bastante!
Prepare-se, pois é necessário prestar muita atenção! O filme tem três camadas que se interagem, muita piração, lindas imagens, tomadas longas.
> Interessante: Ver a atriz que interpretou Piaf em cena, e no filme tocar a música: Je Ne Regrette Rien (de Piaf)que aparece muitas vezes.

A Origem, como outras obras do cineasta, investiga a mente, desta vez por meio dos sonhos. Dom Cobb (Leonardo DiCaprio) comanda uma equipe que compartilha e assim invade os sonhos de pessoas para roubar de seu inconsciente segredos que possam ser utilizados por empresas concorrentes. Um poderoso empresário (Ken Watanabe) procura o serviço para propor algo diferente: que ele implante uma ideia no cérebro do herdeiro de outra companhia (Cillian Murphy). Dom contrata uma nova arquiteta dos sonhos, Ariadne (Ellen Page), e junta sua turma, formada por Arthur (Joseph Gordon-Levitt), Eames (Tom Hardy) e Yusuf (Dileep Rao). Ao mesmo tempo, o passado de Dom, na forma de Mal (Marion Cotillard), vem para assombrá-lo.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

High Voltage / Armazém dia 07/08/2010


Com a casa hiperlotada, mais uma vez os "meninos" da HV disseram com o som pulsante: if you want blood you've got!!!
Em ritimo de parabéns pra você, a banda completou 3 anos de vida "rolando as pedras".

A HIGH VOLTAGE AC/DC Cover visa reproduzir as duas fases do AC/DC com fidelidade de timbres, pegada e caracterização de seus integrantes apostando no carisma dessa grande banda como atrativo aos amantes do velho rock’n’roll. Repertório repleto de clássicos e pérolas. Prato cheio pra quem é fã dos irmãos Young, guitarras Gibson SG e da nata do rock!

O cãozinho

Esse garoto de 4 anos chamado Daniel Blair decidiu que seu cachorro de apenas uma semana de vida precisava tomar banho, Daniel colocou o filhote na privada e simplesmente deu descarga.

O cão foi parar no esgoto, sendo resgatado horas depois por uma equipe de encanadores.

Agora eu lhe pergunto:

sábado, 7 de agosto de 2010

Club do Jazz > Sesc Bauru > 20/08 > 20Hs

O Show será no dia 20/08 as 20hs, no Sesc.
O clube do jazz terá a participação do saxofonista Marcio Negri
O som é uma mistura do jazz tradicional com o jazz-fusion "suwingado".
os tímbres lembram o cenário jazz dos anos 70.

O Clube do Jazz:
Ralinho (batereria)
Fer Lima (baixo)
André Alcântara (guitarra)
Roger Pereira (piano)


Sobre o Marcio Negri (sax):
O saxofonista Márcio Negri atua há 25 anos no Brasil e no exterior. Participou de discos e DVD's de artistas como Seu Jorge, Marcelo D2, Família Lima, César Camargo e Pedro Mariano. Gravações e participações ao vivo com o DJ Patife, Tom Zé, Gilberto Gil, Fafá de Belém, Elba Ramalho, Luís Melodia. No exterior, participou de eventos e festivais como Festival Internacional de Jazz de Moscou com João Donato, Emílio Santiago, Vanda Sá e Orquestra de Câmara de Moscou e Tour Verão 2006 em Países da Europa.



Men, Lilão, Ralo, Caio > Fernando , André, Roger.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Entrevista com Carlos Carbonel - Mendigo Trilíngue

Carlos Carbonel, morador de rua, chamou a atenção de algumas pessoas por sua instrução e articulação, logo foi parar em programas de televisão. Me impressionei muito quando assisti essa entrevista a um ano. Bom, pelo menos foi no programa provocações do Seu Abu, e não no ratinho ou coisa parecida.
Parte 1

Parte 2

Parte 3

Programa Larica Total

Foi a época em que apresentadores em programa de culinária deveriam ser limpinhos, quem esta desbancando a "velha guarda limpinha" é um figuraça chamdo Paulo Oliveira, O programa é exibido no Canal Brasil. (http://www.laricatotal.com.br/)
Com receitas inusitadas e possuidor de técnica duvidavel, Oliveira provoca nossos sentidos de repulsa e humor, esse último bem ácido.
Morram de inveja Ofélia (em algum lugar), Palmerinha, Ana Maria Braga, e seus bonequinhos chatos e irritantes, pois Paulo Oliveira não tem problema em errar a cena, sujar ambientes, espirrar nos alimentos, triturar peixes tentando limpa-los!

> A Cada receita uma "historinha" de início.
> Títulos como: Frango total flex, Gororoba de ovo, Bananinha Sapeca, Pâtes aux haricots ou Pasta ao Fagiolo ou Macarrão com feijão.
> Canal no youtube http://www.youtube.com/user/laricatotal
> Assista: Nos Litorais do Carnaval me vi Peixe Ensaboado na Curva do Batman

Parte 1

Parte 2

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Estou me Mudando > Serie de Despedias no AP




Há alguns meses comecei reunir uns amigos músicos, pensadores, artistas, ou seja:
Só loucos!
Tudo isso la em casa. A intenção era de botar as ideias pra fora da caixola e tentar ver que tipo de material conseguiriamos produzir.
Em duas semanas estarei me mudando do atual apartamento, as edições dos encontros passaram, desde já, a conter carater de despedida.
Na última edição apareceram ilustres figuras da música popular brasileira além de alguns artistas consagrados e pensadores.

Na foto um > john lennon, Andy Warhol, Levi Strauss e Ruben Fonseca
Na foto dois > Paulinho da Viola, Milton Nascimento, Lamartine Babo, Tom Jobim
Mais Fotos (Despedida 1)






Grigori Perelman (parte 1)


Grigori Perelman
Nascimento: 13 de Junho de 1966 (44 anos)
Nacionalidade: Russo
Campo(s): Matemática
Alma mater: Universidade Estatal de São Petersburgo
Orientador(es): Aleksandr Aleksandrov e Yuri Burago
Prêmio(s): Medalha Fields (2006) - Recusada

Grigori Yakovlevich Perelman (russo Григорий Яковлевич; Перельман, transliteração Grigori Iakovlevič Perel'man, Leningrado, 13 de Junho de 1966) é um matemático russo conhecido por ter apresentado uma demonstração da conjectura da Geometrização de Thurston, que tem como um caso particular a Conjectura de Poincaré, que era um dos maiores problemas da Matemática. Como esta foi apresentada quando Perelman tinha menos de 40 anos, Perelman torna-se um forte candidato a receber uma Medalha Fields. Para além disso, a demonstração, confirmada a sua exactidão, valer-lhe-á todo ou parte de um dos Prémios Clay.

Em 22 de Agosto de 2006, no Congresso Internacional de Matemáticos, realizado em Madri, Perelman foi contemplado com a Medalha Fields, tendo-a no entanto recusado.

Grigori Perelman, no mês de março de 2010, foi reconhecido por resolver um dos sete desafios do milênio. O desafio criado pelo matemático francês Jules Henri Poincaré (1854-1912) estimou que, de forma simplificada, qualquer espaço tridimensional sem furos seria equivalente a uma esfera esticada.

Poincaré e os matemáticos que vieram depois dele acreditavam que a proposta estaria correta, mas não conseguiram uma prova algébrica sólida para elevar a conjectura à categoria de teorema.

A complexidade do assunto levou o Instituto de Matemática de Clay a incluir o problema entre os “sete desafios do milênio”. Para cada desafio que fosse solucionado, o instituto prometeu pagar um prêmio de US$ 1 milhão (cerca de R$ 1,78 milhão).

Desde que foram divulgadas na internet em publicações especializadas, as demonstrações de Perelman nunca foram refutadas[1].

No dia 24 de março de 2010, o matemático Grigori Perelman se recusou a receber o prêmio de US$1 milhão.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Entrevista com Cássio Ferreira - Sax jazzman



(Conhecido meu, que merece devida atenção do Brasil e do Mundo, quebra tudo Cassio!)

“Com participação em CD’s de Djalma Lima, Michel Leme,Alex Buck, Marcos Paiva; apresentações com a Retete Big Band, Zerró Big Band, Atrium Jazz Band,Soundscape Big Band, Banda Mantiqueira e presença em canais como Gazeta, Record, Globo e SBT. Conversamos sobre assuntos que envolvem a improvisação.

Rodrigo Chenta - Qual seria o objetivo da improvisação seja solo ou em grupo?
Cássio Ferreira-
A grande diferença entre a música erudita escrita e a instrumental popular é a improvisação. O jazz se equipara à música clássica. Quando improvisamos criamos algo instantaneamente como numa conversa. Estou conversando com você e estou improvisando, pois, não sei qual será a tua próxima frase e de acordo com o que ela for eu tenho que reagir a ela de uma forma que faça equivalência. Tem quer ter um sentido. Quando uma pessoa improvisa ela fala algo dela, solta vários traços de sua personalidade. Se for uma pessoa brincalhona ela pode tocar de uma forma mais engraçada, se for introspectiva de outro jeito e pode acontecer o contrário como o aparecimento do alterego. Por exemplo, Miles Davis era uma pessoa eufórica, raivosa, brava, sisuda, carrancuda e quando tocava era o oposto, tocava nota por nota, várias pausas, era doce. Isto é a manifestação do alterego dele, uma personalidade que estava escondida. Outro exemplo, John Coltrane, que era calmo, sereno, tranquilo e quando ele tocava era um “furacão” (risos), um demolidor, onde ele passava destruía tudo.



RC- O improviso demonstra o estado atual do executante?

CF-O improviso demonstra a personalidade da pessoa, o que a pessoa está sentido no momento. O meu improviso condiz com meu humor naquele instante. Se estiver triste toco de um jeito, se estou alegre toco de outro, se estou com raiva toco diferente. Isto não é uma regra, mas, acontece muito.

RC- Muitos guitarristas como Pat Metheny querem soar como instrumentos de sopro e vice-versa como Michael Brecker por exemplo. Este acontecimento é comun no jazz, fusion e afins. Por que acontece esta troca em sua opinião?

CF- O que alguns músicos fazem a esse respeito é tirar solos de outros instrumentos, pois, o desenho melódico e a forma de pensar nos solos são diferentes. Se utilizando destas diferenças e sugestões de outros instrumentos para pensar em harmonias e melodias, os músicos gostam de transpor para seus instrumentos para resolverem suas dificuldades e tecnicamente estarem mais bem preparado. Essa troca acontece também pelo motivo musical para buscar sonoridades diferentes.

"Os músicos não acadêmicos tocam, querem tocar e estão tocando.

RC- Fale sobre “inside” e “outside” pensando na frase de Arnold Schoenberg: “O que hoje é distante, amanhã pode ser próximo; é apenas uma questão de capacidade de aproximar-se”.

CF- Existem fases na vida de um músico. Algo que é estranho e causa certa repulsão natural, vem daquilo que a gente não conhece. Temos medo do que não conhecemos. Na medida em que entramos em outro universo e o conhecemos mais, esse medo vai sumindo dando lugar ao conhecimento. Por exemplo, imaginemos o mundo 1 onde o músico reconhece uma sonoridade como estranha, pois, não está acostumado com ela. Se ele tiver disponibilidade de conhecê-la entra em seu mundo e passa a tê-la em comum na sua vida. Só que existe algo mais tenebroso (risos). No mundo 2, se ele tiver coragem suficiente (risos) repetirá o mesmo processo anterior. Isso sobe e sobe aumentando a complexidade. Após um conhecimento mais amplo, o músico escolhe o que fazer na hora da improvisação e como organizar os elementos de todos estes mundos. Acredito que esta metáfora explica um pouco do que acontece. é preciso se dispor, ter vontade e atitude para tocar outside.

RC- O que você diria sobre a frase “As figuras mais marcantes na história do jazz estão no sopro”?

CF- Os instrumentistas de sopro têm uma noção melódica bem resolvida e geralmente mais que instrumentistas harmônicos. Uma vez que os saxofonistas e trompetistas desvendam alguns mistérios da harmonia existe a possibilidade de surgir figuras muito impressionantes. Olhando a história do jazz essa frase coincide. Vemos Louis Armistrong, Charlie Parker, Dissye Gillaspie, Miles Davis e John Coltrane como exemplo.

RC- O que é necessário para improvisar? Basta somente a intuição ou é necessário a técnica acima de tudo?

CF- Para improvisar é preciso conhecer as técnicas, estruturas, e na hora da execução estar preparado para aplicá-las. Acredito que a chamada “música popular” se iguala ao nível da música clássica, pois, se por um lado ela não tem a tamanha complexidade em sua construção, a outra não lhe dá esta capacidade de criar as coisas na hora da execução como na popular.

"Críticos e críticos vão, mas a arte fica.."

RC- Existem músicos como Olmir Stocker (Alemão), por exemplo, que odeiam usar frases prontas em seus solos e outros que apoiam seu uso. Certa vez Ogair Rosa Júnior me disse que ao utilizar os links talvez não houvesse improvisação, mas que improvisava no sentido de escolher o momento exato de usar o fragmento musical. O que você me diria sobre isso?

CF- Em todas as artes existe uma tradição, ou seja, ninguém cria nada do nada. Tudo o que a gente toca hoje alguém já tocou algum dia. Você nunca vai inventar uma frase, alguém já a tocou ou escreveu, porém, existe uma memória musical e obviamente quando tocamos muito do que ouvimos sai na hora da improvisação. Quando ouvimos muito um músico específico tocamos algo dele nos solos, pois está em nossa cabeça. Tudo vem dela, as concessões melódicas e os pensamentos harmônicos. Quanto mais músicos diferentes, bandas e estilos ouvirmos, mais diversificado ficará o solo. Também colocamos nossa personalidade nos improvisos e muitos a retraem. Por isso vemos tantas cópias de Michael Brecker, Pat Metheny e outros. Quanto mais o músico evitar frases prontas mais perto da improvisação pura estará mesmo que ele saiba que as frases que executa alguém já as tocaram. Isso não importa muito porque será assim com qualquer músico, comigo, com você, com Joe Henderson ou Sonny Rollins. Existe também a citação melódica que é diferente. Tocamos trechos melódicos de solos famosos com o intuito de lembrar as pessoas, como brincadeira e que acho bem bacana esse lado lúdico.

RC- Em conversas com Paulo Tiné, Michel Leme e muitos outros percebi que existe um desentendimento entre alguns músicos acadêmicos e não acadêmicos (risos). O que o Cássio Ferreira teria a dizer?

CF- O músico acadêmico, aquele que se prende bastante aos livros estudando estruturas, formas de se pensar a música, parte técnica, às pessoas que mapeiam e escrevem livros são importantes. Só que quem nasce primeiro não é a teoria, é a prática. A teoria está a serviço da prática. No meio musical, algumas pessoas que não tem talento suficiente para tocar se isolam nas escolas. Não vejo problema nenhum em estudar, pelo contrário, é muito importante. Tem que existir o lado que comprova e teoriza, pois, facilita muito a vida do músico. Mas, a teoria não existe por si só. Nem a filosofia é assim. Alguns acadêmicos acham coisas que julgam erradas em músicos práticos por causa de certas teorias e pensamentos como “isso pode fazer e isto não pode fazer”.
Os músicos não acadêmicos tocam, querem tocar e estão tocando. Acontece muito de pessoas que tocam direto não serem compreendidas porque geralmente eles têm uma postura que alguns acadêmicos não têm. Não procuram mostrar certo poderio intelectual. Até John Coltrane foi criticado por eles. Críticos e críticos vão, mas a arte fica.

The Mascot - Ladislaw Starewicz

Em "mini-férias" em São Paulo, no começo do ano, eu fiquei de olho na programação do SESC paulista. Dei sorte naquela semana, consegui assisitir grandes shows instrumentais entre outros ...
Um desses "entre outros" foi a programação de "Trilhas e Metragens" que trazia naquele mês Filmes (curtas) de Ladislaw Starewicz

Neste projeto, o cinema mudo e a música ao vivo funcionam como elementos transformadores no encontro entre espectador e imagem. Além de reverenciar as trilhas sonoras executadas ao vivo nos primeiros tempos do cinema, a dialética estabelecida entre as duas linguagens artísticas cria um momento para suscitar sentidos: ver para ouvir e ouvir para ver.

A trilha sonora (ao vivo) ficou por conta do grupo AXIAL
http://www.axialvirtual.com/

Depois do show pesquisei no youtube e achei "o Mascote" ...


Do ponto de vista da pedra (Pondé / Folha de SP – 26.07.2010)




NUMA MADRUGADA, afundo em cigarros e insônia. Na TV a cabo, cenas de um filme chinês, “2046 – Os Segredos do Amor”, fotografia de cores fortes, músicas incomuns, mulheres lindas, ancas deliciosas que sobem e descem escadas e se arrastam entre os lençóis. O filme não deixa de ser uma ode a esse antigo vício que muitos de nós, homens, temos: a paixão pelas mulheres e a mistura de afetos que as atormenta, a beleza insustentável, a forma infiel do corpo, o tédio incurável.

Uma chinesa se apaixona por um japonês. Seu pai a proíbe de amar o japonês, afinal o ódio aos horrores da guerra causados pelos japoneses justifica sua fala. O ano é 1967.

Ele volta para o Japão. Ela enlouquece, adoece, é internada. Põe-se a falar sozinha, definha sob a opressão da saudade. Vaga pelo quarto abraçando sombras.

E, aí, o filme me ganha definitivamente. Sim, eu sei que pessoas saudáveis não sofrem assim. Mas, em minha obsessão pelos que morrem de amor, não consigo admirar quem resolve bem a vida. Tenho certa paixão por quem fracassa no combate ao afeto. Certamente, tenho algum trauma primitivo, daqueles que fundam nossa personalidade despertando nossa alma.

Tem gente por aí que se julga inteligente porque não acredita na existência da alma — pobres diabos. Eu sei que podem me achar excessivamente cético, mas eu só acredito em Deus e na alma. Em mais nada. Eu, aliás, confio mais em almas penadas. Que assustam os sonhos à noite. Sim, eu sei. Melhor aqueles que tomam remédios, fazem terapias objetivas, meditam 15 minutos diariamente e viram budistas. Mas eu me encanto facilmente por gente que, como essa heroína chinesa, adoece de amor.

Vagando pela casa tentando relembrar cada palavra dita, cada cheiro, cada silêncio, cada gosto na boca, o toque da língua, a saliva, escorrendo a mão pelos seios, numa dança doce e macabra de acasalamento. Sozinha, beijando as paredes. O rosto coberto de lágrimas, os olhos vidrados, a boca salgada, a voz rouca de tanto gritar sozinha para os céus.

A incompreensão de todos à sua volta por tamanha incapacidade de se tornar indiferente ao amor morto. Sentir-se como uma folha esmagada contra o chão, elevada pelo vento, seca de tanto afeto, evocando a misericórdia dos deuses, eis minha fenomenologia do amor.

Lembro-me do conto de Edgar Allan Poe “A Queda da Casa de Usher”. Não me esqueço da doença que afeta o irmão e a irmã Usher. O talento monstruoso do melancólico Poe esmaga o leitor de sensibilidade diante da morbidez do amor impuro entre os irmãos Usher, fundando uma cumplicidade de segredos na distância entre os séculos.

A degeneração mortal dos irmãos se materializa numa sensibilidade insuportável para com os detalhes concretos da existência física. As roupas pesam na pele, os sons das palavras faladas em voz baixa rasgam os ouvidos, o paladar da língua é ferido pelo gosto sem gosto do alimento, a claridade de um dia sombrio ofusca a pupila infeliz diante do peso da luz, o ruído das relações humanas tortura o lento passar das horas, até as pedras das paredes da casa de Usher são agonia.

Miseráveis irmãos buscam a nudez, o silêncio, a fome, a escuridão, a solidão como cura. A vida, pouco a pouco, se torna morte, buscando o impossível repouso na ânsia de se fazer também pedra.

Amar é estar impregnado de uma presença, como o acúmulo dos anos se torna limo entre as pedras. Como uma forma de infecção invisível que une corpo e alma no desejo.

Sim, eu sei que se trata de um modo ruim de viver. Devemos fazer o culto da vida saudável. Mas não consigo. Encanta-me a personagem que perde a batalha contra si mesma como minha chinesa insone.

Morbidez? Pouco importa. Fôssemos apenas um bando de mamíferos alegres, ao longo de nossos milhares de anos de existência, não sobreviveríamos. A dor é que nos adapta ao ambiente hostil.

O “direito à felicidade” é a nossa grande falácia: hoje somos superficiais até do ponto de vista das pedras. Já Tocqueville, no século 19, temia que a “mania da felicidade” tornasse todos nós os tolos do futuro. Amém.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Adaptação ( Adaptation, 2002 )



((( Assisiti esse filme, iria escrever sobre ele mas adorei essa crítica de Ary Monteiro Jr. Ele Disse tudo que eu pensei em dizer ... Então porque não ? )))

Spike Jonze e Charlie Kaufman (o primeiro é diretor e o segundo roteirista) são os dois malucos que cometeram o bizarro Quero Ser John Malkovich, um dos melhores filmes sobre titereteiros e troca de identidades já feitos. Espere um pouco, acho que não existem muitos filmes sobre titereteiros por aí então é o melhor filme sobre titereteiros e pronto. Em Adaptação eles repetem a dose e comprovam porque são considerados alguns dos mais originais artistas atuando em Hollywood no momento.

O filme conta a história de um roteirista, o próprio Charlie Kaufman (vivido na tela por Nicolas Cage), que é contratado para adaptar um livro sobre orquídeas de uma jornalista (vivida por Meryl Streep, que ganhou o Globo de Ouro por sua atuação). Sem inspiração e com muita dificuldade de adaptar um material aparentemente impossível, ele decide finalmente escrever um filme sobre um roteirista que não consegue adaptar um livro para um filme, usando o livro dela como base. Mas o grande detalhe é que essa história é verdadeira, é a história do próprio filme Adaptação! A escritora, o personagem que ela retrata no livro, além obviamente de Kaufman, são todos pessoas reais que viveram o que está na tela numa muito bem escrita e encenada brincadeira de metalinguagem. Até imagens dos bastidores da filmagem de "Quero ser John Malkovich" foram usadas no filme.

Mas nem tudo é real em Adaptação, o autor tomou várias liberdades: a escritora e o personagem dela, um botânico desdentado vivido por Chris Cooper (irreconhecível, Oscar de ator coadjuvante por esse filme), nunca tiveram um caso. O irmão gêmeo de Charlie, Donald, também é fictício apesar de até no cartaz estar escrito "roteiro de Charlie e Donald Kaufman"! Brincadeiras à parte, Donald representa o outro lado de Charlie, o lado que precisa se vender para ser bem sucedido na indústria de cinema americana.

O filme tem momentos divertidos, tensos e melancólicos, além de um show de atuação de Nicholas Cage, que consegue criar duas personalidades bem distintas para os irmãos. A montagem é digna de aplausos, deve ter sido um purgatório para compor tantas camadas de história sem perder a linha, além das cenas em que Cage atua com ele mesmo. Porém, a narrativa, com situações acontecendo em épocas diferentes o tempo todo e as viagens do diretor (o filme até tem um micro documentário sobre evolução do planeta Terra!) deixam o espectador atordoado e beiram ao excesso. Talvez Jonze tenha complicado as coisas um pouco demais sem necessidade, mas tudo se encaixa e no final a experiência vale a pena, só tenho certeza que nem todo mundo vai ter paciência para embarcar nela.

Em muitos aspectos, Kaufman foi bem sucedido em estabelecer uma relação entre a arte de adaptar um texto, a característica de adaptação das espécies e a capacidade que temos de nos adaptar às novas situações que a vida joga na nossa frente. Adaptação é um filme sobre isso, em vários níveis, o que o torna um pouco mais profundo, apesar de na realidade ser apenas uma grande brincadeira com cinema. Brincadeira inteligente, vale lembrar.

Marcadores

Contador

Seguidores

Arquivo do blog

Twitter