sábado, 20 de setembro de 2008


A necessidade de permissão para gostar acontece em todas as áreas. Na hierarquia do que é permitido gostar a simplicidade é alvo de grandes desconfianças.Clareza, precisão, começo, meio e fim podem ser confundidos com pobreza e obviedade. A exemplo dos críticos crípticos, admira-se o enigma, mais do que a compeensão.Intrigar vale mais do que comover.
Não há nada de nostálgico nessas considerações. Nunca existiu a época em que cada um consultava apenas a si mesmo para aprovar ou reprovar o mundo a sua volta. Por canais mais sutis e aparentemente casuais, os códigos do gosto sempre se fizeram obedecer. O que há de novo são mecanismos aperfeiçoados de dominação.
O que há de velho é o desejo de dominar e a pressa em concordar com o mais forte.
e o que há de animador: de vez em quando alguém se rebela, rompe a rede sutil de licenças e proibições e inaugura seu próprio código. Pode ser considerado louco ou, eventualmente, um gênio. Problema dos outros se vão ter licença para gostar. De ler.
(texto de Marta Goes).

quarta-feira, 17 de setembro de 2008


CÁRCERE DO PENSAR.

“Cogito ergo sum”, penso, logo existo! Já dizia o filósofo, mas quem alcançará compreender o vasto sentido da palavra “existir” ? Existência não significa simplesmente estar vivo. As plantas e os animais também “existem”no sentido de que estão vivos, mas são poupados da indagação sobre o que isto significa. Lineu define em sua obra (sistemas da natureza), o que diferencia o homo-sapiens das outras espécies: sua capacidade de pensamento e abstração. Sendo assim, a maior arma que possuímos é o pensar. Possuímos a dádiva e o privilégio da liberdade de pensamento. Nenhum cárcere físico ou repressões morais podem controlar uma mente que pensa.
Embora tal elemento diferenciativo de espécies seja a nós dado, o mundo atual o disperdiça! Diante da frustração e dor, somos ensinados a temer e a retrair. Somos inseridos num mundo em suas pré-concepções, desde que nascemos somos forjados a pensamentos prontos, pre estabelecidos e teleguiados ao empobrecimento do saber. Em nossos dias, reina a cultura da não-cultura, uma supra valorização do fútil, somos pós-modernos, somos neo-liberalistas, somos relativistas. Não há lei.
A ignorancia é maravilhosa para muitos tolos que, mediante dificudades, trocam a razão e a lucidez por alucinógenos, buscam a felicidade no mundo surreal onde a auto-destruição é bem vinda desde que traga prazer. Alguns estão confortavelmente entorpecidos e muitos estão inertes, dependentes do sistema, aprisionados ao medo.
Não posso imaginar pior tragédia do que uma pessoa que desperdiça sua vida acomodada e satisfeita. Tem seu salário mínimo, trabalha das 8h ás 18h; sábado e domingo e outras horas restantes ficam hipnotizadas ao televisor. Por outro lado, muitos são dirigidos pelo materialísmo.
Eutanásia significa: boa morte; escolha por morte; nesse caso está ocorrendo uma espécie de “eutanásia do intelecto”. Pois é a pergunta que nos impulsiona, a busca por respostas, o questionar e, por fim, o saber e o pensar. Penso, logo existo. Não penso, logo sou inexistente, retorno à condição de um simples animal dentre as espécies.

terça-feira, 9 de setembro de 2008




Árvore plantada junto a um ribeiro, >assim quero ser.> Busco a cura do mal, ja sei onde encontrar, mas caminho por >imagens difusas> Caminho em direção ao antídoto> Me arrasto, tropeço, caio, as vezes me entrego.> Levanto, me ergo, recomeço por inumeras vezes.> Todos querem a cura> Almejam alívio mínimo à dor que perfura nossa vital alma> Poucos sabem onde encontrar tal cura.>> Mentirosa caixa de imagens que ofusca com essas tais a ótica do >pensar.> Esconde o antídodo do povo> Bichinhos criados num viveiro virtual que sacia desejos dos >corrompidos seres humanos,> Dos analfabetos mentais desprovidos de indagação ou >questionamento.> Festejam o saboroso queijo> Sem se atentarem que a suculenta festa está sob a gigantesca >ratoeira> Imparcial para com os tolos.>>> > André Alcantara

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