sábado, 20 de setembro de 2008


A necessidade de permissão para gostar acontece em todas as áreas. Na hierarquia do que é permitido gostar a simplicidade é alvo de grandes desconfianças.Clareza, precisão, começo, meio e fim podem ser confundidos com pobreza e obviedade. A exemplo dos críticos crípticos, admira-se o enigma, mais do que a compeensão.Intrigar vale mais do que comover.
Não há nada de nostálgico nessas considerações. Nunca existiu a época em que cada um consultava apenas a si mesmo para aprovar ou reprovar o mundo a sua volta. Por canais mais sutis e aparentemente casuais, os códigos do gosto sempre se fizeram obedecer. O que há de novo são mecanismos aperfeiçoados de dominação.
O que há de velho é o desejo de dominar e a pressa em concordar com o mais forte.
e o que há de animador: de vez em quando alguém se rebela, rompe a rede sutil de licenças e proibições e inaugura seu próprio código. Pode ser considerado louco ou, eventualmente, um gênio. Problema dos outros se vão ter licença para gostar. De ler.
(texto de Marta Goes).

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