sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010


A Assinatura do Vazio - 08/02/10
(folha de SP) Luiz Felipe Pondé.

Um sintoma típico da modernidade é o sentimento de orfandade: o universo não é um útero, mas um deserto. Depois de Newton e sua mecânica , o universo deixou de ser o espaço da “assinatura de Deus” para se transformar numa espécie de lego vazio de sentido. Pedras e inércia.
A ciência moderna abriu o caminho para o darwinismo, que transmitiu aos seres vivos a mesma “assinatura do vazio” que Newton tinha dado aos seres inanimados. Entre Newton e Darwin, as pedras, os animais e você, todos, estão imersos no mesmo mar de silencio, de inércia e de movimento cego. Enfim, um nada de significado. Qualquer “voz” vinda desse universo é apenas fruto de seu cérebro doente.
Por exemplo, se seu filho de 15 anos tem um câncer, e você pergunta para o medico “mas por quê?”, tudo que ele pode responder é “fator genético, processos celulares, azar atômico”. Não é isso que você quer ouvir, mas é tudo que a medicina cientifica pode dizer.
Você quer ouvir coisas como: “Ele escolheu ter câncer aos 15 anos nessa vida para aprender algo necessário para seu desenvolvimento espiritual”, ou “ ele sofre porque foi escolhido por Deus para isso”.
Mas não é só a ciência da natureza cega que nos assusta. Outra ciência nos atormenta: a ciência do dinheiro e de sua vida calculada. O capitalismo implica virtudes econômicas e contábeis que devem resolver não só sua conta bancaria, mas também suas relações pessoais, suas decisões existenciais, suas escolhas profissionais, enfim, a totalidade da sua vida. A ciência da natureza cala o universo, a ciência da grana devasta as relações humanas.
Essa ciência do dinheiro acaba por desmantelar qualquer mistério. E pior: joga sobre o lamento romântico a suspeita da pura e simples incompetência como causa escondida do próprio lamento. Quer um exemplo?
Goethe (séculos 18 e 19), romântico alemão, em seu maravilhoso romance “Anos de Formação de Wilhelm Meister” , nos conta o processo de formação do jovem Meister: de adolescente passará a homem.
Nosso jovem Meister é um artista que sofre pressões de seu pai burguês para se tornar o futuro administrador dos negócios da família. Nada mais chato para um jovem que , alem de sonhar o tempo todo com sua amada Marianne, uma atriz (que na realidade é amante de um burguês) , alimenta projetos teatrais e poéticos. O jovem Meister é um exemplo claro da personalidade artística romântica: tem náuseas diante das demandas banais de uma vida do dinheiro.
Ele tem um amigo que, esse sim, se vira bem no mundo onde os jovens devem se preparar para serem futuros homens de negócio.
Numa cena memorável, nossos dois jovens conversam sobre uma decisão tomada pelo jovem Meister. Depois de sofrer muito com um mundo onde não há confiança nem amor verdadeiro, nosso heroi decide queimar todos seus “poemas e projetos” e se tornar definitivamente um homem maduro e seguir os desejos de seu pai.
Mas o importante aqui não é propriamente a decisão, mas a explicação que nosso heroi dá para o amigo (bem resolvido) como causa de sua mudança de vida.
O jovem Meister diz que “sentiu” que todo universo lhe mostrou que era hora de mudar. Uma experiência de “parceria cósmica” lhe mostrara o caminho. Então, num “acesso de verdade”, nosso romântico queimou tudo que significa “se velho eu”.
A resposta de seu amigo representará a voz da maturidade moderna humilhando a reação ainda infantil de Meister: “O universo nada tem a ver com nossas decisões”. E mais: pensar que o universo seja “responsável” de algum modo pelo que nos aconteceu ou por nossas decisões, erra acerca do universo (mudo), mas fala muito acerca da nossa covardia e da incapacidade de assumir a “solidão desse silêncio”, na qual apenas nós e outros homens e mulheres como nós mesmos são responsáveis pelo que acontece.
A virtude burguesa por excelência é a capacidade de sermos agentes de nosso sucesso e de nosso fracasso sem responsabilizarmos ninguém nem nada por eles. Uma espécie de “virtú maquiaveliana” vista pelos olhos de um banqueiro e vivida pela alma de um caixa de banco.
Não se trata da morte de um “velho eu” e do nascimento de um “novo eu” pelas mãos do universo “parteiro”que fala conosco de um modo misterioso, mas simplesmente da agonia infantil do jovem Meister que ainda não percebeu que a batalha contra o mundo das pedras, da inércia e do dinheiro é uma batalha perdida. (Luiz Felipe Pondé).

(( André Falando )) ...

... Quem não passou por essa crise? Correr atrás da grana, fazer a vida ou fazer o que gosta, cultivar gostos esquizitos onde o dinheiro não cobre a recompensa.

As vezes pensamos que toda essa correria por bom trabalho, e no fim por grana, será apenas por uma fase. Quase sempre nós nos vendemos pela promessa de que: Suportar toda essa merda é o que vai financiar o nosso sonho:

Que sonho? Sei lá. Do que vc mais gosta? o que vc mais ama.
De fazer o que se gosta. Sonhos, desejos aspirações ???

As vezes "rogo praga" por gostar de coisas que não dá dinheiro!
[[ (música boa) ((Filosofia)) (( fotografia )).

Esse é o lado A

O lado B, seria:
Você virar um deses poetas lambe-feridas, uivando suas dores pra lua, sem um puto no bolso.

No fim vc vai viver uma vida mediocre, se vc acha q: só porque vc assistiu o filme the wall, leu Nietzsche, assisitiu filmes com o contexto "O sistema em que vivemos" bla bla bla (Filme "1984") ... vai te fazer um esquerdão justo.
Depois de certa idade descobrirmos que o outro lado é ridículo também. Esse papo de vou me excluir da sociedade, vou me afastar do convívio dos humanos mediocres ... bla bla bla!

PS: Pode acontecer de pessoas levar a vida toda e não perceber isso. A muuuuita Idade não se traduz em muita experiência, vivência, maturidade ... ... ...

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Norah Jones - The Fall



" Eu era uma alma antiga"


Revista Bravo: O fato de você ter se separdo do namorado que conhecia desde antes da fama ( o baixista Lee Alexander, músico da banda de Norah e do Little Willies) afetou o seu mais recente CD?
Com certeza. Tudo o que você vivencia acaba influenciando. Mas o disco não é um diário. Muitas das canções são inspiradas na minha própria vida, mas não todas. Eu também estou numa idade complicada. Sinto que todos os meus amigos da minha faixa etária estão experimentando mudanças na vida. Você nunca sabe o que vai acontecer.

Mais uma noite perdida, mas dessa vez tentei salvar a madrugada e deu certo, enquanto escrevia algumas palavras, ouvi por várias vezes o novo disco "The Fall" da cantora e instrumentista Norah Jones.
Em entrevista a revista Bravo do mês passado, ela confessa que o rompimento do longo namoro forjou adornos de rock ao novo disco, segundo ela.
Eu gosto de Norah Jones, e algum tempo atrás estaria eu praguejando o seu distanciamento do jazz. Como um bom "xiita jazístico" aprendi a detonar tudo o que não era jazz. Meu mestre e professor (marquinho vamp) que me perdoe, mas: Eu voltei a ouvir rock!!! Mas não qualquer rock. Aprendi a saborear os tímbres calibrados e valvulados de um bom rock britânico! Algo parecido com o som que a banda King of Leon anda fazendo, ( http://www.cdscompletos.org/rock/kings-of-leon-discografia/), esses tímbres remete todo aquele verdadeiro espírito do rock e dos filmes do diretor Guy Ritchie.
Quando Norah diz que está mais perto do rock, eu não consigo ver isso totalmente explícito nesse novo trabalho. Aliás esse disco "the fall" é um dos mais tristes, apenas duas canções são mais animadinhas. Lendo a entrevista toda, posso até arriscar dizer que ela deve ouvir mais o "rock" do que fazê-lo. Todos sabem que ela nunca foi considerada uma cantora de jazz pelos "xamãs do jazz", e, ao mesmo tempo ela não é uma pop star bunduda que lambe outras mulheres por puro "factóide", não ainda.

Acho que é por isso que eu gosto dela, porque de uma forma despretenciosa ela faz suas deliciosas canções sem se preocupar em ceder aos ditames da Indústria "Mass Músic", e por outro lado, elá não da a mínima para os xiitas do jazz. Entre esses dois extremos, a nossa baixinha estrábica, tramita pelo caminho do meio.

Dos três discos gravados, nenhum é igual ao outro. O primeiro é mais Cool-Jazz ao "molho" country, o segundo é puro tom waits com um tom "melodrama circence", e o terceiro é um mix de tudo que ela ja fez somado aos tímbres de guitarras carregadas de "efeiteiras", como uma suave pitada de rock.
Parece que a maior parte do seu público aprova essa metamorfose. Isso sem falar que ela é filha do indiano Ravi Shankar, músico que acompanhava os roqueiros "budistas light" da época "vamos todos fritar o coco com ácido" , (o pai dela ensinou um certo guitarrista de um certo quarteto de Liverpool a tocar sitar). http://www.youtube.com/watch?v=LzN2gUGYUGc (vídeo do papi)

Uma salada de citações e de épocas! Bem o que ela vive na alma hoje!

Eu aprovo! pois além de ser de bom gosto é o documento (registro) de uma fase de mudanças e consequentemente, sentimentos que revelam a queda (the fall) de referências. Pra mim ela ainda é uma das poucas artístas, com alma de um verdadeiro artísta das antigas.

O que é um verdeiro artísta?

Aquele que sabe ganhar dinheiro com a arte, ao invéz de fazer "arte" para ganhar dinheiro.

http://www.myspace.com/norahjones (ouça todas as canções de norah aqui).



(Clip completo aqui)
http://www.youtube.com/watch?v=uTxythHY09k




terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

"The Natalie Portman - Ass"



Aí Sim!!!
uma coisa mundana, "The Natalie Portman - Ass"

O filme "Closer" é de fato a expressão mais honesta da palavra "closer".Dirigido por Mike Nichols e com roteiro escrito por Patrick Marber, que também escreveu a peça de teatro homônima na qual o filme foi baseado.

O filme utiliza-se de vários trechos da ópera Così fan tutte, de Mozart, como música incidental.


Porque uma traição nunca é apenas uma vil traição.
(A familiaridade traz complacência)
No viés de uma traíção há sutilezas e simulacros que beiram a inocência de não ser percebido na camuflagem de uma amizade.
Um roteiro muito bem desenhado próximo da realidade e do cotidiano.




Fail!
Comida! meu ponto fraco!

Já dizia um tio meu ... sabe qual a porção ideal, a quantidade certa?

R: Quando você olha para o prato e diz: Bixô, eu comeria duas vezes isso!

Tiros em Columbine



Prêmios: Vencedor de 1 Oscar
Diretor(es): Michael Moore
Roteirista(s): Michael Moore

Documentário que investiga a fascinação dos americanos pelas armas de fogo. Michael Moore, diretor e narrador do filme, questiona a origem dessa cultura bélica e busca respostas visitando pequenas cidades dos Estados Unidos, onde a maior parte dos moradores guarda uma arma em casa. Entre essas cidades está Littleton, no Colorado, onde fica o colégio Columbine. Lá os adolescentes Dylan Klebold e Eric Harris pegaram as armas dos pais e mataram 14 estudantes e um professor no refeitório. Michael Moore também faz uma visita ao ator Charlton Heston, presidente da Associação Americana do Rifle.

Michael Moore também chama a atenção para a influência que a mídia tem no desenrolar dos crimes e dos incidentes com arma de fogo. A forma como o espirito "factóide" sugere e induz os americanos ao medo e ao consumo de "segurança".

No começo eu pensei que seria apenas mais um documentario que "usa denúncia" para atrair olhares, mas o legal foi ver o diretor Michael, usar o mesmo veneno da mídia para ataca-la. Ele fez um "barraco" nas portas do K-mart, a mídia local compareceu e o resultado foi que o K-mart parou de vender munição e armas. (as munições eram vendidas a 0,17 centavos para qualquer cidadão sem restrição).

O documentário é cheio de opiniões dos dois lados, além de mostrar algumas figuraças frutos de um "país lívre" ... Merlin Manson, criadores do desenho south park,ator Charlton Heston (a cada incidente com armas, esse tiozão comparecia na cidade para dar palestras pró-armas, como forma de defender seu "clubinho" de armas)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

SONHO > MEU PÁSSARO MORTO DERRUBOU UM AVIÃO








Eu sempre tive sonhos psicodélicos! E quem não tem? De dia eu faço um esforço danado pra compor letras ou até mesmos textos com personagens, de noite não, a coisa flui natural nos sonhos! rssss. Eu literalmente sou melhor roterista quando estou dormindo! ( Começa agora a série: MEUS SONHOS PSICODÉLICOS)

Na verdade nem me lembro de ter passado por todo esse processo de “check-in”, quando dei por mim já estava a bordo. A bordo também do avião estavam algumas pessoas conhecidas: me lembro de reconhecer a Alitéia e a Renata, apenas duas poltronas atrás, na mesma fileira.
No corredor ao lado, duas poltronas à frente, estava um casal distinto de velhinhos (que até me pareciam familiar). Havia mais pessoas conhecidas, mas as que me recordo eram essas. Eu estava na quarta poltrona, mais ou menos, acompanhado da minha noiva. O avião estava em sua capacidade máxima de passageiros, é claro.
Nessas viagens longas o sentimento de estar preso numa “minhoca de metal” é desesperador. Alguns levam revistas sobre moda e comportamento de celebridades, outros levam livros como o “ O alquimista” de Paulo Coelho (e ainda conseguem dizer... esse lívro mudou a minha vida ...), e há ainda aqueles que não levam nada, apenas enchem a cara de “Scotch”.
Eu levei meu pássaro de estimação. Ele não era apenas um pássaro de estimação, ele era o meu símbolo do impossível, do improvável. Ele devia ter uns 10 centímetros apenas, era pequeno, mas causava bastante alvoroço no avião. Não, não era o seu comportamento, pois até dado momento ele estava bem dócil, na verdade era a sua existência que causava admiração e assédio.
Como eu já disse, ele não era apenas um pássaro. O que diferenciava meu amiguinho de outros pássaros era o fato dele não possuir tecidos, carne, tendões, pulmões, nada disso! Ele era apenas o esqueleto, o “chassi do frango” como por aí dizem, a armação, o projeto ... apenas a estrutura óssea!(fato esse que não o abstinha de ser um material animado). Ele tinha movimento e realmente havia vida naquele amontoado de ossos. Todas as pessoas que passavam pela minha poltrona e percebiam meu amiguinho “morto-vivo” queriam vê-lo, queriam tocá-lo, e tudo isso era demais porque todos me elogiavam e diziam, “Que legal André! Isso é demais!”
Não posso negar que no meu peito o orgulho se fez residente. E logo percebi que eu tinha um tesouro em minhas mãos, ao menos era uma máquina de fabricar reconhecimento ,orgulho e por fim prazer. Todos esses sentimentos que são raros e custosos hoje em dia.
Nenhum dos admiradores me indagaram a respeito da ausência do corpo. Era um fato quase que aceitável para a maioria deles. No máximo o que aconteceu foi o fato de a Alitéia ter manuseado o pequeno pássaro, abrindo suas asas.
“Que belíssima abertura!”, exaltou ela com tamanho entusiasmo.
E assim seguia tranquila a nossa viagem até aquele momento. Passada a euforia todos se acomodaram em seus assentos, e eu voltara a ter meu pássaro macabro de volta em minhas mãos. O meu Orgulho.
Como numa fração de segundos tudo mudou. Quando eu olho para o pequeno pássaro ele estava todo enrolado em uma linha de costura. Eu nem quis me perguntar de onde viera aquela linha, e naquele momento só pensava em salvá-lo.
Comecei a desatar os nós do esqueletinho, e logo ao puxar os emaranhado de linha, uma agulha surge e penetra a palma da minha mão, transpassando por completo!
O sangue jorrando, as linhas emaranhadas, o povo surtando, e o esqueletinho correndo sem controle sob os assentos dos passageiros! Então começo a seguir um fio condutor que me leva até o pássaro, que já estava no final da aeronave. Me abaixo para alcançá-lo, pego-o na mão e percebo seu desespero, pois estava lutando pela sua vida (mesmo que não tivesse uma).
Naquele momento, no meio da aeronave, todo o meu orgulho se transformou em vergonha, e toda a minha alegria se converteu em dor.
Diante de todo aquele cenário eu me dei conta que aquele mísero pedaço de ave estava colocando em rísco todas as vidas a bordo!

“Maldito seja!!!”, pensei, e logo em seguida me ocorreu um outro pensamento... “Eu tenho que matar essa ave maldita!!!”

Busquei rapidamente um martelo, na caixa de ferramentas, coloco então a ave no chão e pressiono contra a fuselagem do avião com toda a minha força e, antes de disparar meu primeiro golpe, levanto a minha cabeça e vejo de onde é que surgiam as linhas. Passei a seguir o rastro de fios, e os fios ficavam mais intensos a medida que eu ia me aproximando da fonte, vinham em blocos de quatro tufos de uma só vez.
Fui acompanhando as linhas até quase a cabine do piloto. O jorro de fios vinham das primeiras poltronas. Por fim, chegando até a fonte, vejo uma velha num tear, e para minha surpresa ,ao virar-se, percebi que aquela velha era minha avó!!!

Eu já devia suspeitar: as avós sempre mexem com esses negócios de costura! Dessa vez o pensamento não passou em branco e não me escapou a pergunta:

- O que diabos minha avó está fazendo com essa porcaria de costura, bem aqui no meio desse avião?
Enfim, foi nesse instante que me recordei , com num “click”,”Espera um minuto, minha avó já morreu!”
Seja lá o que fosse, ela não tinha nada que costurar coisas nesse tear.
Também, esse papo de passarinho morto-vivo estava muito esquisito. Eu já estava farto de tudo aquilo. Peguei meu estimado e almadiçoado “pássaro de ossos” e arremessei contra os tufos de fios, que, nessa altura, corriam como rios dentro do avião. Estava armado o caos no jorro de fios que saia do tear, de tal forma que o pássaro foi parar novamente no fim da aeronave.

“Acabou”, pensei. “Ele está morto”.

Fui até o fim da aeronave e percebi que o pássaro estava todo enrolado nos fios do tear. Para o meu espanto ele ainda estava relutando, e dessa vez com muito mais fervor e truculência.
Eu ainda tinha o martelo em minha mão direita e então como num impulso começo a marretá-lo freneticamente, e entre uma marretada e outra, ocorreu-me um pensamento: “Esse avião vai explodir”.
Continuei a marretar e um outro pensamento se opôs ao primeiro: “Não vai não, Isso não vai acontecer”. E esse foi o derradeiro pensamento.


Continuei a martelar, martrelar, martelar, mart...

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