terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Uruguai - Montevideo - As Pessoas

Eu disse ao amigo Gabriel Monteverde: 
- Cheguei 10 minutos atrasado, perdi a donzela e perdi o instrumento. O bom moço chegou primeiro, comprou o instrumento e levou a moça que estava la, acabara de conhece-lo.
 Gabriel veio e disse um verso de Martin Fierro (poeta gauchesco), onde diz que se o oponente te desafia a pelejar e vir a sair melhor do que voce, entao tire o chapeu. (Alguma coisa assim, vou pesquisar e achar o poema).
 Nessa mesma tarde fui ate um sebo e achei um livro de Martin Fierro, tambem encomendei o instrumento que fica pronto nessa semana. So me faltou a donzela.
Atelie de Gabriel Monteverde/ esculturas artisticas musicais, construcao de instrumentos e muito conhecimento historico cultural.




  Andando a procura de um antiquario, acabei encontranto Jaroslav Mazura,  uma destinta senhora de uma bonita alma jovem.  Falava bem o portugues, pois se gabava por ter estudado numa universidade brasileira no Uruguai. Tecendo elogios ao nosso pais ela se revela feliz por saber que sou músico e näo hesita em recitar seus textos decorados, desde a época que costumava atuar no teatro. Saudosista e sorridente ela promete me trazer as peças que eu procuro, mas antes, ela fala da música que tocava em sua cena, algumas decadas atrás.
  - Funeral del Labrador, de Chico Buarque, ? tu conoces?
    Peguei o papel a caneta anotei, sabendo que cada encontro sempre quero beber cada gota de acaso ou de destino.
  Jamais me esquecerei que essa música de Chico eu conheci com Senhora  Jaroslav Mazura no seu antiquário em Montevideo, Uruguai.







Sobre dar voz as historias de pessoas desconhecidas.


  Seja pela melodia, pela poesia (para ele indissociável da música), pela dramaturgia, pela literatura, seja por todas as linguagens estéticas de que se serviu, encontramos a indignação e a reação do homem-artista que, como ele mesmo acrescenta: “o bom cabrito berra”.
  Isto é patente. Basta percebermos o trânsito de excluídos que sempre estiveram presentes na obra de Chico Buarque (muito antes da Ditadura e mesmo depois dela). Talvez, seja um sinal indiscutível desta sua indignação frente às mazelas humanas, a sua voz: “Eu falava através de personagens, enxergava através de outros olhos”
  Daí dar a palavra aos sujeitos desprezados pela sociedade que transitam pelo cancioneiro buarquiano, como o pedreiro de Construção, os marginalizados de O que Será, o camponês de Funeral de um Lavrador, o brejeiro de Vai Trabalhar Vagabundo, o operário em Samba e Amor, o expatriado em Sabiá, o plebeu em Gente Humilde, o garoto de rua em Pivete, os sem-terras em Assentamento e, recentemente, a emigrante em Iracema Voou.

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