segunda-feira, 29 de março de 2010

A Doce Vida - Flagras do Gênio

Gostei muito dessa materia!
http://bravonline.abril.com.br/conteudo/cinema/doce-vida-flagras-genio-537536.shtml

Exposição comemorativa mostra o diretor Federico Fellini em ação durante as filmagens de A Doce Vida - a obra-prima que retrata a morte de um mundo e o nascimento de outro.
Por André Nigri


Marcello Mastroianni no papel de Marcello Rubini. O ator e Federico Fellini eram muito amigos, e o cineasta resolveu dar a ele o papel de seu alter-ego. Na juventude, Fellini tinha sido jornalista. Segundo o crítico italiano Indro Montanelli, primeiro a se aprofundar sobre A Doce Vida, Rubini era o caçador de notícias mundanas de que Fellini se serviu para explorar a sociedade romana em todos os seus redutos. Dos apartamentos e mansões dos novos ricos aos cafés da Via Veneto, nada escapava do olhar crítico, cínico e ao mesmo tempo terno e ingênuo de Rubini/Fellini.
O assistente de câmera Ennio Guarnieri (esq.), a atriz e cantora Nico (que anos mais tarde ficaria famosa como vocalista da banda pop Velvet Underground) e Federico Fellini flagrados durante uma pausa nas filmagens de A Doce Vida. A maior parte das cenas do filme, ao contrário do que se imagina, foram rodadas nos estúdios da Cinecittà, em Roma. O que em nada enfraquece o alto teor expressivo das imagens. O crítico Indro Montanelli compara o Fellini de A Doce Vida ao pintor espanhol Francisco de Goya, pela riqueza do painel e força das cenas. "Estamos diante de um grande afresco, algo excepcional. Nosso cinema jamais produziu nada igual", escreveu Montanelli.
O diretor descansa acompanhado da atriz Rosemary Rennel Rodd, que interpreta uma médium inglesa no filme. O elenco de A Doce Vida é repleto de atores e atrizes como Rosemary, que pouco ou nada fizeram depois do longa e que, nele, interpretavam personagens sem nome. Foi a maneira que o diretor encontrou para colocar em cena todos os tipos que vagavam pela vida mundana atrás dos famosos, com o intuito de se tornar igualmente célebres.
Era comum ver Federico Fellini no set de A Doce Vida pensando nas próximas cenas a filmar. A obra consumiu um ano de trabalho árduo. De início, o resultado dividiu a Itália. O Vaticano acusou a obra de profanar a Igreja, mesmo Fellini tendo dito que respeitava a instituição. A polêmica e o brilhantismo do filme, no entanto, levaram em poucos meses mais de 13 milhões de pessoas aos cinemas. Poucos longas do diretor, morto em outubro de 1993, alcançaram tamanha popularidade.
Federico Fellini lendo o roteiro do filme durante a noite. Uma das características de A Doce Vida é a profusão de sequências noturnas. Em uma das cenas mais famosas da história do cinema, durante a noite, Marcello e Sylvia (Anita Ekberg), uma atriz de Hollywood que o jornalista corteja, entram na Fontana di Trevi, uma das fontes mais importantes de Roma. A cena se tornou antológica, mas não o suficiente para alavancar a carreira de Anita, que nunca mais teria a mesma notoriedade.

2 comentários:

flávia disse...

Lindas essas imagens, né. Adorei.

World Music and Cult disse...

Quase um making off do filme ...
O mais interessante foi saber de onde veio o termo paparazzi ...

Marcadores

Contador

Seguidores

Arquivo do blog

Twitter