quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Sob Sol Cerrado - Caio Meira


Sob Sol Cerrado - Caio Meira

o mesmo sol

aquece esta manhã de setembro e espalha uma secura inesperada por superfícies vivas e mortas

dizem que não chove por aqui há mais de cinco meses
com a umidade do ar abaixo dos 10%, com a grama tão ressecada, à beira de tornar-se palha, espero neste gramado por alguém que não vejo há tantos anos

sob este sol
passo desidratado fazendo a corrida diária, ou abro o capô do carro para pôr mais água no radiador, ou espero o sinal verde para seguir com a vida

mas não adianta
agora falo como se viesse de parte alguma
música, língua, cor, pele, terra roxa dentro dos pulmões, talvez o caminho que as pernas um dia fizeram nesta cidade

as direções que as coisas tomam numa praça ou numa rua distante

mas o sol é o mesmo, astro indiferente queimando sua órbita sem fim

o mesmo sol inunda o nômade atravessando o deserto de Mojave ou apodrece a perna de um escritor entregue à morte na fronteira da Tanzânia com o Quênia
em Botafogo, na arquibancada à esquerda das cabines de rádio do Maracanã, em réstias, sufocante dentro de uma cela em Bangu 2
no carburador que fuma, na clorofila erguendo este ipê amarelo ou na vitamina D que garante firmeza para o colo do meu fêmur
para caminhar ou apenas esperar em pé

o mesmo sol desperdiçado no topo de uma montanha solitária (avistada daqui através de um cartão-postal)

é melhor procurar um bar e pedir um copo d’água
antes de me entregar à sequidão ambiente
que esturrica os cabelos, faz estalar os joelhos e torna mais árida uma espera
antes de ver no jornal da noite os redemoinhos de fogo cortarem o planalto central e os demais modos da presença solar

nos tijolos, nas telhas de amianto, nas caixas d’água vazias, no nó da gravata afrouxado durante um café suarento no mercado central, na gema do pequi exalada ao lado de cajamangas verdes e lavados para se comer com sal, no pouco reflexo da água suja de um tímido lago, último refúgio de cisnes improváveis e encardidos
e mesmo à noite no zumbido do ventilador que espalha ar quente pelo quarto

aprender com o sol e não alimentar falsas esperanças
ninguém virá emergir da memória para retraçar horas perdidas

todos foram queimados, esquecidos, rotos, esquartejados
alguns podem estar mortos, mas não fui convidado a nenhum sepultamento
os que permanecem vivos ignoram solenemente a profusão de praças e ruas que desembocam neste momento

nem se importam, nem se enfadam, nem se movem
pegar um punhado dessa mistura de mato seco, poeira e formigas, cheirá-la ou talvez comê-la, não significa ficar mais próximo da terra ou da gente
em órbita distante, a anos-luz do calor que vibra esses ossos


terça-feira, 25 de janeiro de 2011

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Let's take a trip together

Acabo de assisitir quero ser john malkovich pela primeira vez! Esse é o segundo filme que assisto desse diretor com esse mesmo roteirista ...
   Mas não vim hoje para falar sobre o filme, não ainda! 
   só não me contive em postar esse trecho do texto do filme, que me veio a calhar, justo hoje! 



   

    - Acho que o as pessoas do mundo são divididas entre as que buscam aquilo o que querem e as que não buscam aquilo que querem.
  
    - Mas é claro que, as pessoas que buscam aquilo que querem, não conseguem alcançar aquilo que querem, mas quando estiverem no leito de morte com 91 anos, elas não se arrependerão.


   - Enquanto que: as pessoas que não buscam o que querem ... ... ... elas ... ...
   Ah, ninguém quer saber sobre esses tipos de pessoas.




     ... Estou embarcando agora pra sampa com os mapinhas do google!  Para buscar aquilo que talvez eu nem venha a conseguir, mas vou adorar percorrer!
   


       
  
       São Paulo: Here I go! To find what I can´t get, but I'll love all treks you have for me!




Let's take a trip togetherVamos fazer uma viagem juntos
Headlong into the irresistible orbitDe cabeça nessa irresistível órbita


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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Sid and Nacy - Love Kills

To Download This ... http://nbj-s.blogspot.com/2009/12/sid-nancy-love-kills-download-legendado.html

Dirigido por Alex CoxEstrelando Gary OldmanXander BerkeleyPerry Benson. (1986)


  Ouço Sex Pistols desde 1992 (mais ou menos). Claro que naquela época eu só tinha olhos pra estética do som. Perceber o lado ideológico do punk só amadureceu de 2006 pra cá. Tarde? não sei, motivações pra conhecer coisas são como o vento, ninguém sabe ao certo quando vão começar e nem onde eles vão parar. Acabo de assistir a esse filme.
 Sempre acontece de eu odiar algumas bandas e depois de Conhece-las de verdade passar a ama-las.
  Por isso digo: Preste mais atenção nas coisas que você não gosta, do que nas que você já ama. nem que for como um estudo de: "coisas que não se deve gostar."
 "Mas também não precisa ler Paulo Coelho para saber que é ruim" (alguém uma vez me retrucou). Tá certo, vá com moderação.



 Pensei em algumas frases para resumir esse filme:

FRASE 1 - COMO UMA MULHER PODE ACABAR COM UMA BANDA.


 ( a situação piora se ela estiver no comando psico do líder band).
 ( a situação apodrece se ela for "extra" junk).


 A yoko por muito menos (junk), conseguiu exterminar os  Beatles.
 Ian Curts deixou Joy Division na mão pois se matou no inferno que criou em amar a esposa e amante, e olha que ele usou muitas substancias perigosas. Tudo bem, tem o fato de que ele que era epilético, mas ele forçou a morte dentro desse "own" inferno.


FRASE 2 - O "espírito Punk" ROEU O PRÓPRIO RABO!


"... Mesmo que não tivesse nenhum senso sobre como tocar, Sid era uma imagem publicitária enorme para os Pistols e eles fecham um contrato com a A&M Records. Como a festa de comemoração do novo contrato acabou em muita baixaria (bem ao estilo deles), a A&M cancelou tudo e eles estavam novamente sem gravadora ..."


 Já disse um filósofo brasileiro ( Luiz Felipe Pondé )
 " ... O problema da liberdade é que o outro é livre, e nem sempre o outro é legal ... " 



Fiquei um pouco desapontado por saber que nem sempre Sid Vicious  era o baixista, ele era Fake! As vezes tinha um no backstage pra segurar a base.
Ele e
ra mais Imagem e Símbolo comportamental, expressava o Niilismo em pessoa.
Também tem o fato de que ele era o mais "hight" no placo (mais louco que o bozo).
Em alguns momentos nem terminava o show. Desse jeito quem vai conseguir tocar o baixo!
 ( só o leozinho "frodo" da banda supersonica no armazem bar !!!)
 

 Na minha opinião:
 O ego dele só crescia por saber e ouvir dos produtores que ele era o símbolo dos Sex Pistols.

 Regravar my way foi uma forma de ele dizer que seguiria carreira solo, mas não vingou.
 Sid Vicious e Sex Pistols parecia ser uma combinação perfeita.


 FRASE 3 - Gary Oldman ARREBENTA EM CENA,COMO SEMPRE.



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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Cat Man

Moy Moy Palaboy - Marimar



O duo é composto dos irmãos (Filipinos) Obeso, Ronald James (aka Moymoy , nascido em 17 de julho de 1983, em Makati City ) e Rodfil (aka Roadfill , nascido em 28 de agosto de 1985 em Makati City ).
Com o sucesso de seus vídeos no Youtube eles fecharam vários contratos com empresas de públicidade e também com programas de televisão.
Um desses contratos foi com a Coca-Cola. Ver >


http://www.moymoypalaboy.com.ph/

http://www.youtube.com/user/moymoypalaboy

http://en.wikipedia.org/wiki/Moymoy_Palaboy

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Wynton Marsalis - Find Me

Cara que piração!! É tudo que posso expressar!
A levada instrumental me lembra o disco da Blue Note: Herbie Hancock, Ron Carter, Joe Handerson, Wayne Shorter e Jack DeJohnette.


Essa música faz parte do disco "From the Plantation to the Penitentiary" do Wynton Marsalis (2007)


E essa foi a Gig:


Wynton Marsalis - trompete
Walter Blandding - saxofone tenor e soprano
Dan Nimmer - piano
Carlos Henrique - baixo
Ali Jackson - Bateria
Jennifer Sanon - vocais



A voz é da Senhorita Jennifer Sanon. E me lembrou a voz de Esperanza Spalding, aliás, o som todo tem a sonoridade e a linguagem dos discos da Esperanza. 


A letra é sensacional também, tem uma mensagem forte.







Michel "Idealista" Leme.








Michel Leme opinando sobre Milton Nascimento / post no Facebook.


o Milton Nascimento é, na minha não-pedida e modesta opinião, um talento bruto e honestíssimo, a favor do som, tanto é que chamou quem chamou pra tocar nos seus discos (ver quem http://worldmusiccultura.blogspot.com/2010/07/milagre-dos-peixes-lv.html)- ao contrário dos merdas que preferem gravar com máquinas ou com seres humanos incapazes de tocar música de fato, mas que estão ali por conveniências além-som como politicagens e etc. (como acontece em vários trabalhos que têm uma certa exposição na mídia, e grana envolvida, não é?).


O problema para a nossa classe, que toca música honesta, pela arte e pelo prazer de tocar, e que não se vende à lógica da mercadoria, são outros, como a falta de lugares decentes para tocar música de fato, o fato de estar relegada ao gueto etc.


Mas o que quero destacar aqui é apenas um desses problemas: a colossal inversão de valores que acontece em razão dos meios difundirem pseudo-artistas que fazem uma música toda ensaiadinha, inofensiva e "alto-astral", como se tivessem sido concebidos como fruto de uma terrível brochada de seus pais - são os fazedores da música morna que não desperta nada em quem ouve além de uma sensação de que "ok, está tudo bem" -, como REPRESENTANTES DA MÚSICA INSTRUMENTAL (ou chamem de "jazz brasileiro", "jazz" ou qualquer outro rótulo estéril desses).


A existência ou a expressão artística de seres mornos é um problema? Não! O problema é o que causa a exposição (pensada e planejada) de apenas um grupinho ou um "artista", de forma que sejam considerados como representantes de todo um gênero nos meios. E, claro, o sistema os apóia e os catapulta - o que é medíocre tem todos os quesitos para ser instituído -, instituindo assim um único modo de se fazer música. O que é de se admirar, pois essa imposição de uma estética (ou visão) única acontece até no ramo da música instrumental, mesmo que movimente menos grana do que outros gêneros mais massificados. Mas o sistema não deixa passar, tem grana aí também...


Esta visão única impõe, então, que "A" maneira de se fazer música deve ser branda, sem momentos de pico ou intensidade (ou, traduzindo-se, vida), ou mesmo com o risco de fazer as coisas acontecerem realmente na hora - o que poderia gerar erros e/ou situações que mostrariam que é possível estar vivo e ser criativo pra fazer música. Reparem: a música instrumental instituída, a que tem espaço nos meios é, apenas e tão somente, a que não tem vida, completamente inofensiva, feita "para boi dormir". E não darei nomes, porque não combato pessoas; combato idéias. E o ponto central do que escrevo aqui é levantar a discussão sobre essa idéia nefasta que se traveste a cada época - e que vem ganhando cada vez mais força - através de uma pessoa ou grupo.


E os sintomas disso estão aí, só não vê quem não quer. Nas faculdades e conservatórios, por exemplo, o sintoma dessa morte da música instituída aparece quando - um dos vários exemplos relatados a mim mesmo sem que eu pedisse; os caras simplesmente querem e precisam desabafar... - um aluno de bateria dá uma pratada mais forte e é repreendido aos gritos, como se tivesse metralhado uma inofensiva velhinha vendedora de maçãs... Ou seja, a dinâmica da música agora, no Admirável Mundo Novo, vai apenas de 'pianíssimo' a 'piano'. Estão educando os caras para que sejam apenas servos de restaurantes ou mausoléus (nada contra quem toque nesses lugares, mas a música não é so isso). E os bares e afins que dizem ter "música ao vivo" ou que se dizem "casa de jazz", também exigem do músico que a música seja tocada apenas como pano de fundo para conversas. Então, nós, músicos, devemos mesmo aceitar que O MUNDO É UM IMENSO RESTAURANTE "FINO"?????


E, fato, sobraram poucos, mas ainda bem que nem todo músico tem medo de tocar o que sente; e ainda bem que nem todo músico nasceu pra ser bunda-mole, escroto e vendido como estes oportunistas de merda que aceitam ser os "queridinhos da visão única".


http://www.michelleme.com/home.asp
http://blog.michelleme.com/
http://www.myspace.com/michellemeguitarist

‘Sleep Elevations’.

http://www.maiaflore.com/project/sleep-elevations-/

fazem lembrar naqueles sonhos estranhos onde você tem a sensação de pairar acima de si mesmo ou flutuando sobre uma paisagem.






segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A clínica do trágico - Luiz Felipe Ponde

Íntegra:
Click aqui para assisitir >  A clínica do trágico


Publicado em:15/09/2009 às 18:08:56
Viver buscando a perfeição?  Ou viver consciente de que a vida perfeita é impossível?  O que é melhor? É na tragédia que o filósofo Luíz Felipe Pondé, curador deste módulo do Café Filosófico CPFL, busca resposta. A tragédia se opõe à utopia, ao sonho de perfeição, tira a vida das nossas mãos e nos coloca nas mãos do destino. Mas a tragédia também cria a coragem, cria heróis. 
A partir da literatura, do cinema e da filosofia, Pondé nos mostra que olhar a vida pela lente do trágico pode ser assustador e doloroso, mas pode também nos fazer corajosos. E nos libertar da busca por ideais inalcançáveis.
Palestra de Luíz Felipe Pondé no programa Café Filosófico CPFL gravada no dia 5 de junho, em Campinas.

Vítimas - (Folha de SP – 10.01.2011)


LUIZ FELIPE PONDÉ (Folha de SP – 10.01.2011)
Somente ingênuos sem cura e mentirosos podem confiar na bondade das crianças
NÃO CONFIO em “vítimas”. Explico-me, antes que o plantão dos humilhados e ofendidos grite. Claro que existem vítimas no mundo. Brancos que escravizaram negros, negros que comercializaram negros, homens que batem em mulher, mulheres que torturam homens que as amam até destruir neles qualquer resto de dignidade, gays que perseguem pessoas porque são diferentes deles (surpresa?), homofóbicos, crianças espancadas em casa e humilhadas nas escolas por outras crianças, enfim, há vítimas por todos os lados. Não me refiro a este tipo de vítima “óbvia” quando digo que não confio em “vítimas”.
No caso das crianças então, eu aconselho a leitura do sensacional “Senhor das Moscas”, de William Golding, pra quem afirma que o mundo seria melhor se deixássemos a “criança que existe em nós” ensinar os adultos maus como governar a sociedade. Risadas…
Neste livro, crianças abandonadas ao seu destino num local desconhecido criam uma sociedade cruel, autoritária e injusta, aos moldes do humano, demasiado humano. Somente ingênuos sem cura e mentirosos podem confiar na bondade das crianças.
De certa forma, elas são mais cruéis do que adultos, porque estes respondem de modo mais fácil aos constrangimentos morais baseados na “economia de interesses mútuos” (se você tem algo que me interessa, tendo a ser mais condescendente com você) e na vergonha social (não basta à mulher de Cesar ser honesta, ela deve parecer honesta). Estes são dois pilares essenciais do convívio moral coletivo.
Crianças são mais “livremente” violentas e invejosas. Humilham os mais fracos de modo despudorado, excluem qualquer um que seja “diferente” e gostam de esfregar na cara dos mais pobres tudo o que têm. Chato, não é? Também acho, mas fazer o quê?
Quando digo que não confio em “vitimas”, refiro-me àquele personagem que toda família tem pelo menos um.
Você identifica facilmente uma dessas “vítimas” em reuniões de fim de ano ou em festas familiares fazendo o culto de si mesmas. Elas comumente acusam aos outros de “só pensarem em dinheiro” e de serem insensíveis. Normalmente essas “vítimas” não conseguem ganhar dinheiro e vivem graças à ajuda dos outros — claro, os mesmos que “só pensam em dinheiro”.
Outro traço é a “sensibilidade aguçada” e uma “outra qualidade de consciência” — esta, então, é o fim da picada. Normalmente, pessoas assim adoram “arte-terapia”. O apego à espiritualidade interesseira também é muito comum.
A “sensibilidade aguçada”, então, me emociona (risadas). Elas choram com facilidade diante da própria sensibilidade. Aliás, este choro seria uma prova de sua qualidade de consciência maior do que a dos outros, aqueles miseráveis seres endurecidos pela aspereza infernal que acomete os que são obrigados a pegar a vida pelos cabelos e domá-la a cada dia, sem perdão.
Na realidade, estas “vítimas” costumam cobrar dos outros aquilo que elas nunca dão: atenção, cuidado, amor desinteressado, lealdade.
Experimente pedir a uma delas alguma coisa: estarão ocupadíssimas com alguma coisa “superimportante” naquele momento “superimportante” de suas vidas “superimportantes”.
Pessoas assim costumam ser muito sensíveis ao sofrimento dos cães e gatos. Choram se virem algum animal sofrendo — mais uma prova de sua superioridade ética (risadas). De novo, antes que o plantão dos humilhados e ofendidos de alguma ONG a favor de piolhos sem lar grite, adoro cães, não tanto gatos. Mas eles também têm “direito” à felicidade, claro.
A chave para o amor aos animais neste tipo de “pessoa sensível” é que amar animais é muito mais fácil. Raramente eles o traem ou o expõem ao ridículo ou o abandonam. Por isso, hoje em dia (uma época dominada pelo marketing de comportamento) é tão comum gente que adora animais e detesta seres humanos. Tem até gente por aí que acha que homens e bichos deveriam ter os mesmos “direitos”. Um dia macacos terão direito ao voto?
Enfim, cuidado com quem se acha “vítima” de um mundo insensível e dominado pelo dinheiro. Ela é, provavelmente, a mais insensível e interesseira de todas.


domingo, 9 de janeiro de 2011

La Cacharra - Jimmy Bosch

La cacharra de Jimmy Bosch.
Estava eu, a 7 anos atrás garimpando CDS baratos no Wall Mart, (porque sempre achava alguns CDs de jazz perdido por la), e acabei achando esse de salsa: JIMMY BOSCH. O cd todo é maravilhoso (tirando a faixa 9 que é bem bregona).  No geral, as músicas são bem tradicionais, mas contém algumas faixas "salsa New York style" bem jazz mesmo!


Jimmy Bosch and Dislocados


A dois posts abaixo falei sobre o grupo "dislocados", uma banda de salsa de perfeita sincronia instrumental, mas de média qualidade vocal. Não pela morena, que mostrou ter pegada no gogó, mas por causa da loira, que canta meio desanimada, enfim... um combo de apenas vozes femininas me parece não soar tão tradicional, não sei, me passa uma sensação de música de novela mexicana, daquelas que a Talya escreve roteiro, dirige, atua, e faz a trilha. Mas A banda é exelente!!!!

Ja asisiti várias versões de " La Cacharra" , e esta é a melhor.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Jazz Manouche From Ukraine

Imagine a Ukraine group playng manouche (gipsy jazz), that kind of music is not french exclusivity. Despite that they are the best in that style.
The Gipsy jazz, or manouche, Is also known as "europe jazz".

Lush Life (Hot Club de Kiev) "Cafe Au Lait" "Кава з молоком"

isnt she lovely?

Dislocados - Cancion de los Muertos

Eu fiquei muito impressionado com a músicalidade desse grupo - Dislocados -
Um som latino com muito swing! Vou pesquisar mais sobre esse grupo!

Encontros e Despedidas

Um som de encontros e despedidas!
Nosso amigo "Rael" baterista que mora em Santa Catarina a 3 anos veio visitar a familia, aproveitamos a ocasião e fizemos um som. 
Era pra ser um "revival" da banda Antiquário, mas o gato mestre, fundador, maestro e pianista ,(Daniel Magalhães), não pode ir com sua respectiva esposa, (Fabiola Alcântara), que é a "crooner" da Banda.


A parte da despedida é por conta que o baixista ,Fernando Lima, esta nos deixando para ir morar também em Santa Catarina! 

Entre lamentos e expectativas, fizemos nosso som no Piazza Paulista.
Casou muito bem o som e o ambiente agradável!

Caio (tromb.)
 André Alcântara (guita)
Fer Lima (Bass)
Rael (Batera).  










(Banda Antiquário)

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

The Island (3) ! A original !

Agora sim!
Depois de me deparar com essa música, eu me reencontrei com essa letra.
Essa música foi feita pra ser tocada assim, pra trás, desdobrada, bem calminha.

"começar de novo"


Começar de novo e contar comigo

Vai valer a pena ter amanhecido
Ter me rebelado, ter me debatido
Ter me machucado, ter sobrevivido
Ter virado a mesa, ter me conhecido
Ter virado o barco, ter me socorrido


Começar de novo e contar comigo

Vai valer a pena ter amanhecido
Sem as tuas garras sempre tão seguras
Sem o teu fantasma, sem tua moldura
Sem tuas escoras, sem o teu domínio
Sem tuas esporas, sem o teu fascínio
Começar de novo e só contar comigo
Vai valer a pena já ter te esquecido
Começar de novo...

The Island (2)

    Meu reencontro com a música "começar de novo" foi ouvindo o disco do contra baixista Oskar Cartaya.
Tem uma gringa cantando a versão original (em português), e por sinal, esta muito bem cantada, pois tem pouco sotaque, com uma voz suave e firme ela da conta do recado.
 Ela só pulou uma parte da letra, mas tudo bem era a parte mais difícil pra ela cantar.
    Eu diria que ela canta melhor do que muitas cantoras brasileiras.
   Dessas que parecem que cantam com um Ovo na boca, tem muito por aqui.,tipo Monica Salmaso por exemplo, apesar de os discos dela estar muito bem timbrado e produzido.
  Eu procurei essa versão que estou me referindo mais não tem na net, eu prometo posta-la mais tarde.
  Pra amenizar todo esse papo furado vou postar uma versão bem legal que eu achei. O nome da fulana é   PATTI AUSTIN (acho que ela é italiana) e a gravação é de 1981.


 O código de incorporação não esta disponível, portanto clique no Link e assinta no youtube. Vai lá preguiçoso!
 http://www.youtube.com/watch?v=ULbUYX0zhdA

The Island (1)

Estava pesquisando sobre a música "começar de novo" do Ivan Lins e dentre as várias versões que ouvi, eu descobri que essa música ficou bem famosa ao redor do mundo com o nome de "The Island".
 O mais curioso é que a letra em ingles é completamente diferente do contexto original! 



  A versão em inglês descreve um romance num contexto quase "pornochanchada" de gringo ...
  Enquanto que a "começar de novo" (original) é explícito o final de um romance. 



 The Island
 (aconselho vocês apenas ouvir essa versão dessa fulana aqui ... 
Judy Niemack feat. É que ela é muito feia e tem cara de mal amada, mas aguenta firme que no meio fica legal, tem um improviso legalzinho do guitarrista. ... Mas mesmo assim só ouve!)



quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Stan Getz Quartet with Flora Purim '' Deixa a nega sambar ''

Olha, eu não sou a "biggest fan" de Satan Gets, apesar dele soar bem, e suas melodias serem, digamos, agradáveis.
Ele me soa algo como a linha de Joe Lovano, Dexton Gordon, Ou seja, aquele jazz mais "amansa boi que ja esta babando pelas duas cabeças" (aqueles de circo de horrores).
Exagero a parte, é claro que esses caras são legais e tal, mas quem um dia ouviu a "Coltrane"
,Charlie Parker, Brandford Marsalis, ou ao contempo_tradicional Joshua Redman, a exigência toma, vamos dizer assim, um adorno encorpado.


Mas mesmo assim ...


Que lindo ver a Flora cantando e tocando violão! ao lado de Stanley Cowell (piano) , Miroslav Vitous (Bass) , Jack DeJohnette (bateria).


terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Somebody Else

I used to be somebody but now I am somebody else
Who I might be tomorrow is anybody's guess




O cantor dessa levada bullgrass cool, é o próprio ator do Filme Crazy Heart (jeaff Bridges),
Não foi por acaso que o velho ganhou o oscar de melhor ator em 2010! O cara mandou ver com toda propriedade do estilo e linguagem "redneck" !!!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

DEMÔNIOS NO ESPELHO - Pondé



DEMÔNIOS NO ESPELHO - Pondé


NÃO, NÃO acho que o homem seja em si mau. Não creio num “em si” do homem. Refiro-me a “homem” como espécie e não como gênero. Prefiro a palavra “sexo” porque ela tem cheiro de “peso” do corpo (e para mim, tem cheiro de corpo de mulher) e a palavra “gênero” tem cheiro de assembleias militantes cheias de gente chata, feia e autoritária. Assembleias manipulam todo mundo para votar no que elas querem. Sim, eu fiz parte do movimento estudantil e estava em 1979 no Centro de Convenções em Salvador no congresso de “reconstrução” da UNE. Baseado em experiências como essas é que sempre julgo infantil quem acredita em “decisões coletivas e democráticas”. Risadas…
Voltando ao que queria dizer, não acho que o homem seja mau em si. Acho que somos sim uma espécie atormentada, perdida num espaço minúsculo de sua alma insegura e incerta e num espaço gigantesco de um universo escuro e cego. Esmagada entre um destino certo (a morte, a derrota) e opaco (algo nele depende dramaticamente de nós, mas nunca sabemos em qual medida).
Acusam-me de niilista. Reconheço que há algo de chique nisso. A medicina antiga já relacionava a melancolia à inteligência, não? Alguns apostam em traumas infantis avassaladores na minha infância. Devo tê-los muitos. Mas minha família nunca deteve o monopólio da miséria humana. A miséria humana é um “bem” dividido democraticamente entre todas as famílias que são, cada uma de sua forma, todas infelizes.
Sou daqueles que suspeitam que os traumas, as obsessões e taras é que dão consistência a uma personalidade e não os contos da Branca de Neve ou do Papai Noel, ou os bons sentimentos porque estes quase sempre são falsos. Aliás, a Branca de Neve é mais “atraente” nos momentos de agonia do que quando desperta com o beijo do príncipe. E o Papai Noel fica mais interessante quando tem e que finalmente tornou-se velho demais e por isso não consegue carregar mais presentes. Será ele ainda amado se não trouxer mais presentes ou afundará na solidão como a maioria dos idosos “sem uso”?
Mas hoje ficou na moda dizer coisas do tipo “encontre Papai Noel em seu coração e você terá esperanças”. Que horror que é ver a “inteligência” parasitada pelo oportunismo da autoajuda, se vendendo barato como brinquedo feito na China.
Sim, sofremos, mas não me interesso nem pelo sobrenatural, nem por “brinquedos chineses”. Prefiro soluções pontuais para os grandes dramas da vida. Pagar um bom terapeuta, ir ao cinema, ler um bom livro, arriscar um beijo na hora certa, tomar um bom antidepressivo quando a coisa pega, levar o filho ao médico quando ele tem febre, rezar (para quem o faz) quando nada mais funciona, apostar no mistério da vida quando cansamos da banalidade do cotidiano.
Contra a mediocridade da literatura de autoajuda travestida de “psicologia” para as massas infelizes, prefiro a psicologia de Ingmar Bergman, o grande cineasta sueco. No seu maravilhoso filme “Fanny e Alexander“, de 1982, o bispo da cidade (da igreja protestante), o “malvado” da história, se casa com a bela e recém viúva, mãe de Fanny e Alexander.
Na cena em que ele já agoniza diante da morte, ele inveja a capacidade da esposa de ter “tantas máscaras” diante da vida, enquanto ele tem “apenas uma”, aquela monstruosa que vemos ao longo do filme: um homem cruel, que usa o ministério religioso como forma de destruição da vida ao seu redor. Em desespero, ele confessa que muitas vezes tentou arrancar essa máscara do rosto, mas nunca conseguiu porque ele já não tinha rosto sem ela.
Ele não é “mau em si”. Ele é, como todos nós, inseguro, desamparado, abandonado num mundo que vaga sob uma abóbada azul vazia (imagem comum na obra de Bergman). Alguns sucumbem mais violentamente aos demônios do que outros. Alguns negam esses demônios dizendo que eles não existem. Eu prefiro vê-los no espelho todo dia porque eles são o meu rosto.
A literatura de autoajuda é apenas uma máscara vendida a R$ 1,99. Miserável falta de respeito para com uma espécie que luta ancestralmente contra os próprios demônios.




 http://luizfelipeponde.wordpress.com/

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